A fabricante chinesa Huawei Technologies relatou nesta sexta-feira (6) a sua maior queda de receita de todos os tempos, ao apresentar os resultados do primeiro semestre de 2021. A queda de 29,4% em relação ao mesmo período do ano anterior é atribuída às sanções impostas pelo governo dos EUA, desde o início da chamada “guerra comercial com a China".
Segundo os dados divulgados, a receita da Huawei no período encerrado em 30 de junho caiu para 320,4 bilhões de yuans (R$ 260 bilhões) contra os 454 bilhões de yuans obtidos no primeiro semestre do ano passado. Grande responsável pela queda foi a venda da subsidiária Honor, fabricante de smartphones de baixo custo, para livrá-la das sanções internacionais.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
As vendas da unidade de consumo da Huawei, aí incluídos os smartphones, despencaram 47% em comparação com os dados relatados no primeiro semestre de 2020. Quanto aos equipamentos de rede e demais tecnologias para empresas de telefonia, as vendas caíram 14,2%, mas a receita da unidade empresarial aumentou 17,2%.
As expectativas da Huawei
Fonte: Tingshu Wang/Reuters/RerpdouçãoFonte: Tingshu Wang/Reuters
Eric Xu, um dos três executivos que se revezam na presidência do conselho de administração da Huawei, afirmou em comunicado que o objetivo atual da gigante chinesa é "sobreviver e fazer isso de forma sustentável”. Segundo o executivo, apesar de os negócios de consumo terem sofrido um declínio "por fatores externos", a empresa aposta no setor de operadoras e telefonia.
Embora não tenha divulgado informações sobre seus lucros, a Huawei afirmou que sua margem líquida atual é de 9,8%, o que representa uma queda em relação aos 11,1% registrados no primeiro trimestre do ano.
Na sensível questão da falta de chips, a empresa afirmou possuir um estoque desses componentes, fabricados nos EUA, mas os executivos reconhecem que eles estão se esgotando. O desenvolvimento de um chip próprio está esbarrando nos bloqueios de fornecimento de tecnologia americana, o que impede o acesso a insumos para sua produção.
Fontes