Nesta terça-feira (3), um e-mail de Aleksandr Agapitov, CEO e fundador da empresa de serviços de pagamentos para jogos online Xsolla, vazou, revelando que a companhia demitiu cerca de 150 funcionários com base em análise de big data. Os critérios de avaliação e o conteúdo da carta polemizaram nas redes sociais; confira a mensagem traduzida abaixo.
"Se você recebeu este e-mail, é porque meu time de big data analisou as suas atividades no Jira, no Confluence, no Gmail, em conversas, em documentos e nos dashboards, e você foi marcado como desinteressado e improdutivo. Em outras palavras, você não esteve sempre presente no ambiente de trabalho remoto", escreveu.
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"Muitos devem estar chocados, mas realmente acredito que a Xsolla não é para vocês. Nadia e o time de atendimento fizeram parceria com sete agências de recursos humanos, e iremos ajudá-lo a encontrar um bom lugar, onde você pode ganhar mais trabalhando menos. Sasha também o ajudará com recomendações, incluindo uma minha. Natalia lerá os seus direitos", adicionou.
"Obrigado pela sua contribuição. Caso queira continuar em contato comigo, por favor escreva uma longa carta com todas as suas observações, injustiças e agradecimentos", concluiu.
No final do comunicado, Agapitov compartilhou uma lista dos "expulsos".
Fonte: Reprodução/Game Observer
Alyona Vladimirskaya, especialista em recursos humanos, analisou o conteúdo da mensagem em seu Facebook. "Medir a produtividade pelo tempo em rede e engajamento no lugar de resultados é extremamente ineficiente. Substituir a avaliação de resultados pelo monitoramento de empregados é estúpido", afirmou Vladimirskaya. A profissional também recomendou que os ex-empregados processem a empresa pela ação.
A Xsolla oferece soluções de monetização e distribuição de jogos e possui parceria com grandes empresas, como a Ubisoft, a Roblox e a EpicFonte: Divulgação/Xsolla
As consequências do vazamento
Nesta quarta-feira (4), Agapitov anunciou uma conferência de imprensa pelo Google Meet, onde respondeu perguntas. Segundo o portal Game World Observer, o CEO afirmou que as demissões foram motivadas pelo fato de que a empresa parou de crescer 40% — não entrou em mais detalhes.
Para desacelerar essa diminuição, o fundo destinado aos salários diminuiu 10%, e a "liderança" da companhia optou por demitir os profissionais com as piores métricas.
A sede em Perm, Rússia, foi a mais afetada, pois os salários no país são menores do que nos Estados Unidos. Além disso, nenhum gerente foi demitido, já que as suas produtividades não foram questionadas.
Por fim, o tempo no IDE, também conhecido como Ambiente de Desenvolvimento Integrado, e no GIT, programa de gerenciamento de projetos, não foi levado em conta na análise de produtividade.
Aleksandr Agapitov, CEO e fundador da XsollaFonte: Reprodução/Xsolla
Após o vazamento da carta, o fundador informou ao site russo App2Top que a Xsolla precisa tomar medidas difíceis e impopulares para continuar evoluindo. “Queremos que todos os nossos funcionários pensem diariamente sobre como suas ações e decisões afetam o destino e o sucesso da empresa, porque temos metas muito ambiciosas para os próximos anos", disse Agapitov.
Segundo a Forbes, 60 funcionários podem continuar na empresa após conversas com os gerentes. Além disso, os demitidos receberão uma compensação entre 4 e 6 meses de salários.
O site Properm alega que a Xsolla começou uma investigação interna para descobrir quem vazou a mensagem original.
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