O depoimento de Elon Musk no julgamento do processo referente à compra da SolarCity pela Tesla, realizado na segunda-feira (12), teve momentos marcantes. Em um deles, o bilionário disse odiar ser o chefe da montadora de carros elétricos, quando questionado sobre a sua relação com o conselho de diretores.
"Eu tentei muito não ser o CEO da Tesla. Não gosto de ser chefe de ninguém", declarou Musk ao tribunal na cidade de Wilmington, em Delaware (Estados Unidos). "Eu odeio isso [ser o líder da fabricante de automóveis] e prefiro gastar meu tempo em design e engenharia, que é o que gosto de fazer", continuou.
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Apesar de a posição atualmente ocupada não ser a desejada, ele afirma que precisa mantê-la para a sobrevivência da marca. "Se não for eu, francamente, a Tesla vai morrer", concluiu o executivo, que assumiu o cargo em 2008, após o fundador da montadora, Martin Eberhard, deixar a vaga.
Elon Musk acredita que a Tesla seria bem diferente sem ele.Fonte: Unsplash
No processo movido pelos acionistas da Tesla, Musk é acusado de usar sua influência para forçar a compra da empresa de energia solar fundada por familiares dele. Adquirida em 2016 por US$ 2,6 bilhões, a SolarCity estava em má situação financeira, levando os autores da ação a desconfiar que o negócio foi um resgate.
Advogado rebate declarações
Advogado dos acionistas da montadora, Randy Baron apresentou, no julgamento, um vídeo que contraria as afirmações do CEO da marca. Na gravação, o bilionário aparece dizendo gostar de chefiar suas empresas, pois assim evita ter alguém o obrigando a fazer algo que ele não queira.
Em sua defesa, o empresário reiterou que não tem nenhuma influência sobre as ações do conselho diretor da montadora e que as imagens mostradas não passam de brincadeira para chamar a atenção da mídia. "Se formos divertidos, as pessoas escreverão histórias sobre nós", comentou.