Representantes do Twitter, Google e Facebook estariam agindo nos bastidores para que seus executivos não sejam convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga supostas irregularidades cometidas pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov-2). A informação foi revelada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (12).
Segundo a publicação, três senadores foram procurados por emissários das big techs: Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Simone Tebet (MDB-MS) e Humberto Costa (PT-PE). O primeiro disse que pessoas ligadas às companhias foram atrás dele em junho, após a CPI anunciar a intenção de convocar as plataformas online.
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Conforme Rodrigues, as empresas buscavam explicações sobre a possibilidade de convocação para a CPI da Covid e tentaram evitar a participação na comissão, mas ele disse que a decisão era irreversível. Já Tebet contou não ter atendido aos pedidos de contato das empresas, enquanto Costa não deu informações sobre a conversa.
A CPI já aprovou a convocação de executivos das plataformas online.Fonte: Agência Senado/Reprodução
O jornal afirma ser comum a presença de representantes das big techs no Congresso. No entanto, a circulação deles tem aumentado nas últimas semanas, devido ao temor de uma investigação mais profunda em relação a participação ou omissão dos serviços online na disseminação de fake news sobre a covid-19.
Empresas se manifestam
Em nota à publicação, o Google revelou que os contatos com parlamentares objetivam colaborar com discussões sobre temas ligados aos seus produtos e serviços. A gigante de buscas comentou, ainda, que tem colaborado com a CPI, compartilhando informações referentes aos esforços para conter a desinformação.
O Facebook também se disse comprometido em combater a divulgação de notícias falsas sobre a pandemia e que está disponível para prestar "esclarecimentos adicionais" à comissão. O mesmo foi dito pelo Twitter, que confirmou a possibilidade de colaboração com a comissão "dentro dos parâmetros legais".
Aprovados há quase um mês, os depoimentos de representantes das três companhias na CPI da Covid ainda não foram marcados.
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