Autoridades dos governos de Brasil e Estados Unidos não chegaram a um consenso sobre o 5G nacional em reuniões realizadas em junho deste ano, segundo uma reportagem do jornal Folha de São Paulo.
De acordo com o jornal, a administração de Joe Biden segue contrária à permissão de que a fabricante chinesa Huawei seja liberada para participar da concorrência pela infraestrutura do 5G comercial no país — mesmo com garantias de que o governo tenha uma rede privada e segura para evitar supostas ações de espionagem por parte dessa e de outras companhias.
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As críticas vão contra a opinião do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que defende a construção da rede em separado como um pré-requisito mínimo de segurança para implementação do 5G nacional.
Divergências
Conforme a matéria, os EUA tentam barrar a participação da Huawei como parte das sanções políticas e comerciais impostas à fabricante desde maio de 2019. Uma ala ideológica do governo concorda com a solicitação, feita ainda durante a administração de Donald Trump, mas a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) rejeitou essa limitação.
As autoridades alegam que a presença da marca no 5G comercial ainda abriria espaço para "fornecedores não confiáveis" expandirem serviços e interferirem em segmentos variados da economia, além de terem acesso a grandes empresas brasileiras.
Além disso, os representantes do presidente Joe Biden tentam convencer o governo brasileiro de que a rede privativa seria cara demais para ser implementada e sem garantias de segurança. Até mesmo uma empresa privada pode virar a responsável por esse serviço.
Quando sai?
O Tribunal de Contas da União (TCU), que atualmente avalia as condições do 5G brasileiro, também tem dúvidas a respeito da utilidade e viabilidade do serviço.
O leilão de frequências teve os trâmites confirmados e estava inicialmente previsto para este mês, mas segue sem uma confirmação de data ou novo prazo determinado pelo TCU.
Fontes