Diversidade é um tema cada vez mais presente no nosso cotidiano e isso tem um reflexo muito importante nas estruturas empresariais. Estamos passando, juntos, por uma transformação cultural, social e econômica que só traz benefícios e evolução para uma sociedade mais humana, diversa e inclusiva.
Este é, na verdade, um debate construtivo no qual todos saem ganhando. Estamos falando de direitos humanos, da coisa certa a se fazer: abrir espaços para o reconhecimento, respeito e valorização das diferentes crenças, origens, histórias, orientações sexuais, etnias, necessidades especiais ou idades.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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Um ambiente inclusivo exige transformar a diversidade como parte da cultura empresarial, com ações vinculadas à estratégia da empresa e com o comprometimento da alta liderança.
Para a empresa se tornar inclusiva, é preciso que todas as áreas estejam envolvidas e a diversidade faça parte dos negócios. Na Intel, por exemplo, ela está ligada diretamente ao CEO e permeia todos os outros setores. É uma questão estratégica global há muitos anos.
Somos uma empresa que dá boas-vindas às diferenças e que tem investido fortemente, não apenas para garantir a inclusão em sua estrutura, mas também estendendo essa iniciativa a parceiros, fornecedores e às empresas de tecnologia. O compartilhamento de experiências é benéfico para todos os envolvidos.
Aqueles que ainda não discutem diversidade e inclusão em suas empresas podem estar se perguntando o que podem ganhar com essa estratégia e, para responder isso, diversas pesquisas mostram a relação entre diversidade e inovação, pois pessoas diversas (formação educacional, nível socioeconômico, experiências, histórico profissional etc.) pensam em soluções diferentes e mais criativas, gerando equipes de alta performance. Outro ponto interessante é que empresas inclusivas são mais eficientes para atrair e reter talentos, pois as pessoas podem exercer todo seu potencial sendo quem são em ambientes psicologicamente seguros.
Um estudo da Accenture divulgado há dois anos, “Getting to Equal 2019”, já apontava que, em empresas com uma cultura empresarial inclusiva, a mentalidade inovadora é seis vezes maior do que naquelas que não possuem esse ambiente. Outra pesquisa realizada pela consultoria McKinsey revelou que as companhias que promovem equidade de gênero em cargos de liderança podem alcançar resultados financeiros até 25% maiores do que nas demais.
A tecnologia pode ter um papel fundamental nesse processo. Uma pesquisa global, realizada em conjunto pela Lenovo e Intel, mostra que a possibilidade de conectar pessoas, expandir benefícios de programas de qualificação progressiva e permitir maneiras mais dinâmicas e flexíveis de trabalhar tornam os recursos tecnológicos aliados da empresa do futuro. No Brasil, por exemplo, 80% dos entrevistados concordam que a Inteligência Artificial pode ser usada para tornar o local de trabalho mais diverso e inclusivo.
Portanto, discutir ações de diversidade e inclusão não é mais um diferencial competitivo e sim uma obrigação das empresas com a sociedade. É preciso encarar a questão da diversidade com toda a seriedade que ela merece.
Para quem está começando agora, sugiro conversas internas com a liderança, criação de comitês de funcionários por afinidade ao tema, parcerias com organizações e consultorias que trabalham com diversidade, além de muito estudo e leitura, já que vivemos na era do conhecimento, onde a informação está a um clique de nossas mãos.
O dia em que a diversidade fizer parte da nossa cultura, a inclusão for algo natural do ser humano em todas as relações e sistemas justos fizerem parte da nossa sociedade, não precisaremos mais de uma área de D&I nas empresas ou em outras instituições, com ações e metas específicas, pois D&I fará parte do nosso DNA e estará presente no comportamento natural de todo ser humano. Esse é o meu sonho que compartilho com vocês e busco aliados nesta jornada.
Vamos juntos?
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*Telma Gircis é Líder de RH da Intel para América Latina e Canadá
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