Conhecido por suas infraestruturas corporativas chamativas, o Google parece não estar contente e nem facilitando as práticas remotas para suas equipes. De acordo com uma entrevista para o CNET, funcionários dizem que as políticas de home office da empresa são duras, com altos cortes no salário e tratamento especial para membros executivos.
A polêmica ganhou holofotes quando o vice-presidente Urs Hölzle, que se posicionou contrário ao trabalho remoto na Google, anunciou que irá se mudar para a Nova Zelândia, onde continuaria a distância. A notícia foi dada por meio de um e-mail e gerou reivindicações por parte dos funcionários. Os trabalhadores alegam que a empresa estava adotando um posicionamento ambíguo ao tratar sobre o assunto.
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Vice-presidente anunciou nesta semana que se mudará para a Nova Zelândia, onde trabalhará remotamente. (Fonte: NewsHub / Reprodução)Fonte: NewsHub
Laura de Vesine, engenheira sênior do site, disse em entrevista à CNET que, após um ano de trabalho remoto, a política da empresa se mostrou inflexível, indecisa e retrógrada. O comportamento da Google frente as dificuldades gerou tensão e competitividade, além de insegurança com a perspectiva de cortes de salários e transferências.
No ano passado, o grupo de Laura foi notificado sobre uma realocação para a escritório da Califórnia, local mais atrativo, com aluguéis mais baratos e trajetos mais curtos. A mudança, porém, viria com cortes de 15%, depois 25% e, por fim, todos os planos seriam cancelados sem mais justificativas. “O Google não prioriza as necessidades dos seres humanos. O fato de termos vidas fora do trabalho, que as pessoas realmente têm famílias." diz a funcionária, que pediu demissão após o ocorrido.
Mesmo com a larga adoção do serviço à distância por grandes empresas como Twitter e Reddit, a gigante de buscas na internet tem se mostrado relutante. A partir de setembro, os escritórios da Google devem voltar a funcionar com sistema híbrido, em que os funcionários deveriam comparecer pelo menos três dias da semana.
Ao ser questionado sobre a situação, um porta-voz do Google disse que "todos os funcionários estão qualificados para se candidatar a qualquer um dos programas remotos ou para trabalhar em outra cidade." E acrescentou: "Esperamos que nosso modelo híbrido evolua ao longo do tempo, devido ao amplo escopo do negócio e às necessidades em nível de equipe e função."
A empresa não permitiu que o vice-presidente Urs desse entrevistas.
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