Uma grande transformação na maneira como produzimos as coisas já está em andamento graças à digitalização, a qual chamamos de quarta Revolução Industrial da humanidade. Começamos com a mecanização por meio de água e vapor, passamos à fase de produção em massa com a eletricidade e evoluímos para a adoção de computadores e automação. Agora, estamos aprimorando tudo o que foi feito e desembarcando em um mundo de sistemas autônomos alimentados por dados e aprendizado de máquinas. Esta é a Indústria 4.0.
Um dos objetivos deste novo estágio na História é a construção de uma plataforma de manufatura inteligente e aberta para a aplicação de informações em redes industriais. Monitoramento em tempo real e controle eficaz das diversas etapas dos processos de empresas se tornarão, assim, realidade.
Isso porque, com as otimizações que vimos nos últimos anos e que virão a seguir, computadores estarão cada vez mais conectados e se comunicarão uns com os outros para tomarem decisões sem interferência humana. Aliás, a Indústria 4.0 está mais presente em nosso dia a dia do que podemos imaginar.
Fernando Deschamps, professor dos cursos de graduação em Engenharia de Controle e Automação e Engenharia de Produção da PUCPR, explica que mudanças ocorrem não apenas na vida pessoal, mas também nos negócios.
Um exemplo de Indústria 4.0 que cita é o fenômeno da "uberização" da economia, com aplicativos para diversas finalidades, desde o uso de softwares e plataformas (SaaS e PaaS), que prestam seus serviços para terceiros, até o aluguel de hardwares (HaaS), cabendo às empresas que os fornecem mantê-los adequadamente.
"Setores que prometem muito crescimento são todos os que estão relacionados a esses serviços e que envolvem definir formas de coletar, armazenar, processar e usar informações, estabelecendo benefícios que possam ser gerados a partir desses dados. São setores que vão demandar profissionais com criatividade, habilidades de análise de dados e capacidade de comunicar o que descobriram", destaca.
Indústria 4.0 é a nova Revolução Industrial. (Fonte: Pexels)
Impactos da Indústria 4.0 no mercado de trabalho
De acordo com a pesquisa 2021 Industry 4.0 Survey, empresas que adotaram estratégias relacionadas à Indústria 4.0 antes da pandemia da covid-19 estavam mais bem equipadas para lidarem com interrupções em seus processos e devem crescer mais que suas concorrentes. Além disso, nos próximos 6 a 12 meses, com a superação da crise, 49% delas planejam dedicar mais recursos a tecnologias variadas.
Ainda segundo o estudo, a competição vai se intensificar, vencendo quem combinar agilidade, qualidade, rapidez e custo reduzido no atendimento ao cliente. Para atingirem tanta eficiência, os "jogadores" terão ao menos três aliados, considerados os pilares dessa revolução industrial que demandarão, claro, pessoas que saibam manuseá-los, ou seja, profissionais qualificados para a tarefa. Os pilares da Indústria 4.0 são:
Internet das coisas (Internet of Things – IoT): conexão em rede de objetos físicos, ambientes, veículos e máquinas por meio de dispositivos eletrônicos embarcados que permitem a coleta e troca de dados.
Big Data Analytics: estruturas de dados muito extensas e complexas que utilizam novas abordagens para a captura, análise e gerenciamento de informações.
Segurança: sistemas que protejam o know-how da companhia, contido nos arquivos de controle dos processos.
Juntos, esses fatores abrem caminhos para a aplicação de alguns princípios da Indústria 4.0, citados a seguir:
Capacidade de operação em tempo real.
Virtualização.
Descentralização.
Orientação a serviços.
Modularidade.
Mesmo com tantos benefícios e com as tendências digitais sendo cada vez mais incorporadas nas rotinas das organizações, muitas companhias ainda não romperam suas barreiras físicas.
Por exemplo, 71% delas mantêm dados em locais centralizados, 80% não compartilham informações com parceiros e 98% não apresentam transparência em seus ecossistemas como um todo (isso nos Estados Unidos). Isso mostra o quanto a Indústria 4.0 e suas evoluções podem ser expandidas em novos horizontes, atingindo empresas que atualmente não estejam conectadas a essa revolução da tecnologia.
Indústria 4.0 no Brasil
No Brasil, embora essa realidade ainda não esteja tão disseminada, a implementação das tecnologias da Indústria 4.0 em empresas e processos de produção, têm uma boa perspectiva de crescimento no futuro. De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério da Indústria e Comércio (MDIC), a expectativa é de que, em 10 anos, 15% das indústrias atuem com esse conceito. O que traz um caminho de oportunidades de atuação, bem como a necessidade de capacitação para os profissionais do amanhã.
"Com a chegada do 5G, espera-se um salto na disseminação da adoção da Indústria 4.0. Com o 5G, mais dispositivos podem se conectar, com uma velocidade maior, trocando mais informações e permitindo que aplicações mais intensivas no uso de dados, como realidade virtual e realidade aumentada, possam ser implementadas de forma mais fácil, usando dados de mais sensores e dispositivos e fazendo uso de mais informações processadas, aumentando o seu impacto", defende Deschamps.
"Além disso, a expectativa é de que, com o 5G, o chão-de-fábrica e a área administrativa possam se comunicar melhor, com canais de informação melhor definidos. Assim, sistemas que antes eram isolados podem se comunicar e fazer uso de mais informações de forma online, com atualizações quase que instantâneas. As tomadas de decisões e os ajustes produtivos serão mais rápidos e vão refletir melhor o estado de como as coisas se encontram", complementa.
5G possibilitará o surgimento de novas tecnologias. (Fonte: Freepik)
O ser humano na Indústria 4.0
Veículos totalmente autônomos, casas repletas de aparelhos inteligentes que podem ser gerenciadas remotamente, eliminação de tarefas repetitivas e produtos personalizados em níveis sem precedentes são alguns dos benefícios da Indústria 4.0. Ela contará com soluções inéditas e independentes para a identificação de oportunidades, com cadeias de suprimentos e logística aprimoradas e com sistemas e robôs executando as operações. Entretanto, como fica o fator humano nessa história?
"De forma mais imediata, a automação já é responsável pela extinção de postos de trabalho e mesmo de algumas profissões que sejam de uma natureza mais repetitiva ou transacional, principalmente em países mais desenvolvidos, como no caso de caixas, balconistas e cobradores, por exemplo", explica o professor.
"Atualmente e no futuro próximo, com o uso da automação aliada à inteligência artificial e à ampla infraestrutura de comunicação, outras profissões começam a ser ameaçadas, como porteiros e recepcionistas, entrevistadores e operadores de telemarketing, além de motoristas (de aplicativos e de frete de carga, pelo advento dos veículos autônomos)", alerta.
Felizmente, outras oportunidades esperam por aqueles e aquelas que se prepararem adequadamente para tantas mudanças da Indústria 4.0. A PUCPR, por exemplo, oferece diversos cursos de graduação alinhados às tendências mundiais do mercado de trabalho.
"Quanto mais uma determinada profissão demandar de criatividade, de senso crítico, de relacionamento com pessoas, de decisões que envolvam a análise de contextos complexos, menor a possibilidade de ela ser automatizada – pesquisadores, professores, analistas de sistemas, enfermeiros, dentre outros, são alguns exemplos", complementa o especialista.
Mercado de trabalho não será mais o mesmo. (Fonte: Freepik)
Estude na universidade N.º 1 do Paraná
Já deu para perceber que a Indústria 4.0 modificará muita coisa ao nosso redor e que direcionar sua carreira para o que vem por aí é de suma importância. Afinal, você não quer ver o mundo evoluir e não fazer parte disso, certo? Confira alguns cursos da PUCPR ideais para essa jornada:
Engenharia de Produção: prepara o profissional para atuar na execução de projetos e na adequação de produções e serviços que sejam sustentáveis e assertivos.
Engenharia de Controle e Automação: traz o ensino de projetos de processos ciber-físicos, buscando o aperfeiçoamento de todas as etapas produtivas e dos negócios das empresas em qualquer setor econômico.
Sistemas de Informação: forma profissionais capazes de desenvolver e gerir sistemas de informação para a solução de problemas em diferentes áreas de negócio de organizações locais e globais, aptos a atuar em diversas frentes na área de Tecnologia da Informação (TI).
Engenharia de Software: garante habilidades para o desenvolvimento de sistemas e programas dos mais diversos, desde os utilizados em computadores, tablets e smartphones até os úteis para maquinário industrial.
Inteligência Artificial: reúne disciplinas de engenharia, matemática e análise e desenvolvimento de sistemas para uma formação voltada para o uso da inteligência artificial, permitindo ao profissional programar em diversas linguagens.
Cibersegurança: compartilha parte das disciplinas dos cursos de Ciências da Computação, o que oferece ao estudante interação com áreas relacionadas, uma vez que segurança e privacidade são temas transversais.
Junte-se a uma universidade "multi", que leva o estudante a ver o mesmo tema de forma multidisciplinar e integrada, uma habilidade de visão holística e integrada que representa uma soft skill muito necessária no mercado de trabalho e na sociedade atual.
Na PUCPR, além de impulsionado por tudo o que a instituição oferece (empreendedorismo, pesquisa, inovação e internacionalização), o estudante se torna "multi", ou seja, é incentivado a integrar diferentes carreiras e perspectivas de acordo com o que o futuro espera de seus profissionais.
Para aproveitar esse mundo de oportunidades, inscreva-se no vestibular agendado da PUCPR. As provas acontecem em modelos presencial e online, com data marcada pelo candidato e o resultado saí em até cinco dias após a realização da prova.
Por fim, a instituição possibilita o ingresso por meio da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para concorrer a uma vaga, basta ter realizado a prova a partir de 2015 e fazer a sua inscrição, sem nenhuma taxa!.
Tenha o peso de um diploma PUCPR e, em cursos presenciais, semipresenciais ou EaD, na universidade eleita a número um do Paraná pela Times Higher Education. Para saber mais, clique aqui.
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