A partir desta segunda-feira (26), com o lançamento da atualização iOS 14.5 para iPhone, todos os proprietários de dispositivos da Apple têm a opção de escolher explicitamente se permitem que aplicativos como o Facebook coletem seus dados fora do app.
Em uma análise de perfil também publicada hoje (26), o New York Times mostra como o recurso App Tracking Transparency (ATT) transformou Mark Zuckerberg e Tim Cook em inimigos, fazendo com que a relação entre ambos, e as megaempresas que dirigem, explodissem “em uma guerra total”, como definiu o periódico.
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No centro da batalha, encontram-se os dois CEOs com suas diferenças bem delimitadas há longo tempo. Cook, 60 anos, é um executivo de boas maneiras que atingiu o topo da carreira na Apple, construindo cadeias de suprimentos. Zuckerberg, de 36 anos, abandonou a Universidade Harvard para construir um dos maiores impérios de mídia social na base do vale-tudo quanto à liberdade de expressão.
Um abismo entre os gigantes
Fonte: Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images/ReproduçãoFonte: Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images
Além das suas origens distintas, as visões dos dois executivos são totalmente opostas em relação ao futuro digital. Enquanto Cook defende que os usuários paguem um prêmio (de preferência para a Apple) por uma internet mais segura e privada, Zuckerberg defende uma internet “aberta” onde a prestação de serviços aos usuários seja gratuita, e paga pelos anunciantes.
Durante alguns anos, Facebook e Apple tiveram um bom relacionamento, mas essa situação começou a mudar a partir do momento em que a gigante de Menlo Park começou a coletar dados de seus usuários por atacado. Em 2018, Tim Cook, já então um defensor ferrenho da privacidade como “direito humano fundamental”, passou a criticar o Facebook em todas suas entrevistas sobre a matéria.
Com o lançamento do ATT nesta segunda-feira, os novos desdobramentos da “guerra” de CEOs irá depender de que forma a limitação do rastreamento da Apple será capaz de impactar o negócio de US$ 70 bilhões (R$ 380 bilhões) do Facebook.
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