Conforme recente decisão do Governo Federal, o Banco Central sofrerá cortes em seu orçamento e, sem verba suficiente, poderá reduzir os investimentos no Pix ou até mesmo interromper o seu funcionamento, de acordo com observadores do mercado. Isso foi motivado pelo descontrole das contas públicas frente ao teto de gastos e pode ter relação com promessas que o presidente Jair Bolsonaro fez a empresários.
Mas, afinal, por que isso apenas afetaria o Pix e não outras formas de pagamento? A resposta é rápida: apenas o Pix é inteiramente processado pelo Banco Central, enquanto o DOC e TED são feitos pelos sistemas das próprias instituições bancárias, não sendo impactados pela mudança orçamentária.
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BC garante continuidade do Pix
Na contramão das notícias, que alertam para a “iminente interrupção” do sistema de pagamentos instantâneos, o Banco Central garantiu que o novo orçamento será administrado de modo a não prejudicar o Pix e a sua agenda evolutiva. As informações foram coletadas e divulgadas pela Exame Invest.
Desde seu lançamento, em novembro de 2020, o sistema soma mais de R$ 278 bilhões distribuídos em mais de 393,6 milhões de transferências realizadas. O próximo passo seria a internacionalização do Pix, o que permitiria a transferência em tempo real de recursos nacionais para o exterior. No entanto, a medida ainda está sob análise do Banco Central.
Cortes no IBGE e na agricultura familiar
Segundo o jornal Globo, o governo ainda cortou outros gastos, desta vez no programa de financiamento para agricultura familiar, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “São cortes indevidos em despesas discricionárias. A manobra do governo agora é colocar vários gastos acima do teto para não cortar as emendas, o fura-teto. Agiram da mesma forma com o IBGE, quando, com os cortes, impediram a realização do Censo”, afirmou a jornalista Míriam Leitão em publicação no Globo.
Ainda de acordo com o veículo, essa “confusão orçamentária” aumenta especulações acerca do risco fiscal brasileiro, o que pode levar o dólar mais uma vez às alturas, gerando mais desconfiança quanto à capacidade do Brasil de manter suas contas em ordem.