
Carrefour inaugura lojas sem atendentes em SP; veja como funciona
Estabelecimentos no Brooklin (São Paulo) e São Bernardo do Campo oferecem experiência nova de compra

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O Carrefour anunciou, recentemente, a inauguração de duas lojas autônomas no Brasil, ou seja, sem atendentes humanos. De acordo com a marca, ela é a primeira grande rede varejista a apostar nesse modelo, que já está funcionando em um condomínio residencial no Centro de São Bernardo do Campo e em um coworking no bairro do Brooklin, em São Paulo.
Em entrevista ao TecMundo, o diretor de inovação da companhia, Luiz Rufino, pontua que a novidade tem 3 pilares: deixar a companhia mais próxima do cliente, entregar mais comodidade e oferecer uma experiência de consumo mais fluida.
Ele comenta que um dos principais problemas dos consumidores no setor de mercados é o caixa. A demora das filas é um fator que acaba fazendo as pessoas perderem bastante tempo, não agregando nenhum tipo de valor.
“O tempo é um ativo que está escasso para todo mundo, principalmente em cidades como São Paulo, onde o trânsito dificulta muito a vida das pessoas. Por isso, oferecer ao público essa jornada simplificada de consumo será um grande diferencial”, argumenta.
Apesar da falta de atendentes em lojas assim sugerir que a profissão de caixa está com os dias contados, o diretor salienta que é difícil “cravar” que o Brasil viverá a mesma realidade de outros países.
“E mesmo se as lojas autônomas forem a regra em alguns anos, nós já pensamos que nossos funcionários terão outras habilidades daqui para a frente. Nós ainda precisamos de muitas pessoas nessa etapa da jornada e elas ajudarão os clientes a sanarem dúvidas de tecnologia, darão mais acesso à informação dos produtos etc”, pontua.
Por isso, Rufino afirma que “culturalmente” os estabelecimentos ainda são um teste, já que o modelo seguirá recebendo feedbacks e sugestões de melhoria. Ele diz que, se o modelo funcionar no Brasil, dará certo em qualquer lugar.
“O país nos traz grandes desafios no quesito inovação, mas toda a estrutura foi preparada para funcionar da maneira mais segura possível. Além disso, nós apostamos que vai funcionar porque temos uma relação de confiança com os clientes”, defende o executivo.
Segurança
As lojas autônomas são equipadas com várias ferramentas de segurança digital para diminuir as chances de que fraudes ocorram. O primeiro fator é o próprio ambiente controlado em que elas estão, um prédio comercial e um condomínio fechado.
Além disso, a identificação e o controle das entradas e saídas da loja são realizados por meio do aplicativo “Meu Carrefour”. Nesse sentido, a aposta é que a própria pessoa já tenha certo nível de proteção no smartphone, já que para realizar a compra é preciso acessar o app e ainda fornecer o código do cartão de crédito, (o CVV), por exemplo.
Caso tudo isso seja burlado, Rufino lembra que a empresa realiza um acompanhamento de perto de cada compra realizada no local.
“A loja tem refrigerantes, produtos de higiene e frios, é quase uma conveniência. Então, o possível fraudador não conseguiria obter uma grande vantagem. Nós também conhecemos o ticket médio e sabemos que não é costumeiro comprar grandes valores. Então qualquer coisa nesse sentido, nós já ficamos alertas”, ele salienta.
Como é a experiência de compra?
Para fazer a compra nas lojas autônomas, a pessoa precisa baixar e criar uma conta no aplicativo Meu Carrefour. Com o app no celular, basta acessar a opção “Scan & Go” e aproximar o QR code exibido da catraca do estabelecimento.
Os produtos escolhidos precisam ser escaneados pelo celular para aparecer no carrinho virtual. Com a conferência, é possível ir acompanhando em tempo real o valor da compra. É preciso realizar o pagamento com cartão de crédito antes de sair do local também utilizando um QR code, que libera a porta.
“A transformação digital tem sido um dos pilares da empresa. E a nossa visão é trazer, por meio da tecnologia, mais comodidade, serviços e criar uma relação com as pessoas, deixando-as no centro da nossa estratégia”, finaliza o diretor de inovação do Carrefour.

Por Carlos Palmeira
Especialista em Redator
Paulistano, corintiano e pedestre desde 1993. Jornalista formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, escrevo sobre games, tecnologia, ciência e cultura pop. Fã de Red Hot Chili Peppers e apaixonado por maracujá, pão de queijo e rap.