O Uber irá classificar cerca de 70 mil motoristas do Reino Unido como trabalhadores com direito a benefícios trabalhistas. A medida passa a valer a partir desta quarta-feira (17) após a companhia perder o recurso no Supremo Tribunal em fevereiro deste ano.
Os motoristas ainda não serão considerados empregados em tempo integral, mas terão direito a férias e receberão um salário mínimo na tarifa de condução. Os benefícios são válidos para os condutores inscritos no plano de previdência.
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Motoristas terão direito a salário mínimo, férias e aposentadoria.Fonte: APNews/Reprodução
Embora a medida seja vista como uma vitória, há pontos que merecem ressalvas. Por exemplo, os motoristas só receberão o salário mínimo após aceitarem as corridas ao invés de receber o valor por hora.
Isso vai contra a decisão da Suprema Corte britânica. O texto afirma que “o tempo gasto trabalhando para o Uber não foi limitado [como a companhia argumentou] aos períodos em que eles estavam levando passageiros aos seus destinos, mas incluiu qualquer período em que o motorista esteve conectado ao aplicativo”.
Anteriormente, a empresa disse que os motoristas iriam receber pelo menos o salário base britânico, algo em torno de £ 8,72 por hora. Com isso, ela argumentou que as mudanças formariam um piso de ganhos, não um teto de ganhos.
Flexibilidade ou benefícios
O Uber e empresas semelhantes argumentam que classificar os motoristas de maneira muito rígida tiraria a liberdade de trabalhar quando eles desejam. Então, as companhias alegam que a flexibilidade é tão importante quanto os benefícios de um emprego “oficial”.
Em entrevista ao Evening Standard, o CEO Dara Khosrowshahi disse que “está cada vez mais claro para nós que a flexibilidade por si só não é insuficiente e não deve ocorrer às custas da proteção social”. Mas o executivo acrescenta que acredita que as “leis trabalhistas desatualizadas basicamente forçam essa compensação”.
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