O presidente da Microsoft, Brad Smith, defendeu o projeto de lei da Austrália que obriga plataformas online, como o Google e o Facebook, a remunerar os veículos de comunicação para exibir suas publicações jornalísticas. Em comunicado divulgado na semana passada, Smith afirmou que apoia totalmente a legislação proposta na Austrália e que acredita que os Estados Unidos deveriam copiar a proposta.
O governo australiano anunciou a iniciativa após uma longa investigação que determinou que as gigantes da tecnologia detinham muito poder em relação à mídia, o que poderia representar uma ameaça para o funcionamento da democracia. No blog da Microsoft, Smith concordou que tanto as receitas quanto o número de jornalistas empregados da mídia tradicional caíram drasticamente nas últimas décadas, enquanto leitores e anunciantes migraram para as redes sociais. Segundo ele, isso aparece como um dos principais fatores para a crise na democracia dos Estados Unidos.
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Oportunidades
Caso seja enquadrado na lei - que só inclui buscadores que tenham participação de 20% do mercado - a Microsoft disse que aceita pagar os veículos de comunicação e investir para melhorar seu serviço de busca, o Bing. O site tem apenas 5% de mercado na Austrália e declara que “ao contrário do Google, se crescermos, estamos preparados para aceitarmos as obrigações da nova lei, incluindo dividir a receita com as organizações jornalísticas, como proposto”.
O presidente da Microsoft afirma que a iniciativa será importante para melhorar a crise democratica nos Estados Unidos (Fonte: David Ryder/Getty Images)Fonte: David Ryder/Getty Images
Críticas
De acordo com o Código de Negociação da Mídia proposto, o Google e o Facebook seriam obrigados a negociar pagamentos com cada empresa de comunicação pelo uso de seu conteúdo nas plataformas. As empresas disseram que, caso o projeto de lei seja aprovado na Austrália, irão considerar mudanças nas plataformas. A rede social de Mark Zuckerberg declarou que poderá impedir o compartilhamento de notícias dentro do site pelos usuários. O Google, por outro lado, disse que poderia simplesmente parar de prestar serviços de busca no país.
Fontes