Atrasado para a aprovação do 5G, o governo federal não deve barrar a Huawei no leilão das faixas no Brasil. Fontes do Palácio do Planalto e do setor de comunicações que integram o governo de Jair Bolsonaro informam que o banimento da companhia geraria dívidas bilionárias com a troca dos equipamentos, e a derrota de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos esfriou a guerra comercial.
Na prática, a briga ideológica entre o governo de Jair Bolsonaro e a Huawei deve cair por terra, afirmou um auxiliar do presidente. No leilão das frequências do território nacional, somente empresas de telecomunicações poderão adquirir faixas, que operarão utilizando equipamentos fornecidos majoritariamente por Huawei, Ericsson e Nokia. O presidente havia ameaçado “banir” a infraestrutura da companhia chinesa, acompanhando o discurso do presidente Donald Trump.
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O embate começou em dezembro, quando a Folha de S.Paulo relatou que um decreto que ordenaria o banimento da companhia e seus equipamentos estaria sendo preparado pela “ala ideológica” do governo federal. Antes de entrar em vigor, bastava o aval do presidente Jair Bolsonaro (que está em aberto até hoje) para dificultar a entrada de qualquer empresa no país.
Infraestrutura já fornecida para a companhia custaria bilhões aos cofres públicos.Fonte: Pixabay
Discurso nada uniforme
Em entrevista ao Estadão, o vice-presidente Hamilton Mourão comentou que qualquer empresa pode concorrer às faixas e colaborar com a implantação do 5G no país, “desde que comprove efetivamente que vai preservar nossa soberania e privacidade de dados dos usuários”, excluindo, portanto, influências ideológicas da equação.
Reagindo aos comentários do vice-presidente, a Huawei divulgou uma nota satisfeita com o recuo da ala ideológica do governo federal. “Estamos confiantes de que a decisão brasileira será tomada com base em critérios técnicos, e não discriminatórios, beneficiando o mercado livre e contribuindo para uma rápida transformação digital do Brasil, acessível a todos os brasileiros.”, revelou o Estadão.
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