Funcionários da Google anunciaram nesta segunda-feira (4) a criação de um novo sindicato, o Alphabet Workers Union, que será aberto a todos os funcionários e contratados da empresa controladora da Google. A iniciativa, inédita no Vale do Silício, visa lidar com questões recorrentes, como disparidade salarial, retaliações e contratos governamentais questionáveis.
O novo sindicato vinha sendo organizado em segredo durante quase um ano, e elegeu a sua liderança somente no mês passado. O grupo está se afiliando ao CWA Local 1400, o poderoso Communications Workers of America, que representa os trabalhadores de telecomunicações e mídia dos Estados Unidos e Canadá.
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O líder sindical Nicki Anselmo, que é gerente de programa da Google, afirmou que são objetivos do sindicato “lutar contra a política de ‘nomes reais’, opor-se ao Projeto Maven e protestar contra os pagamentos notórios e multimilionários que foram dados a executivos responsáveis por assédio sexual”.
Fonte: PixabayFonte: Pixabay
Como será o novo sindicato dos trabalhadores da Google?
De forma diferente do que ocorre nos sindicatos tradicionais, o novo Alphabet Workers Union não se sentará em uma mesa de negociação com os empregadores, para a celebração de um acordo salarial, por exemplo. O novo sindicato pertence à modalidade chamada de "sindicato minoritário", na qual o órgão sindical representa os mais de 260 mil empregados da empresa-mãe da Google.
O formato escolhido significa um esforço, segundo os trabalhadores, para dar estrutura e longevidade ao ativismo sindical dentro da empresa de Mountain View, em vez de se restringir a negociar contratos. Em comunicado à imprensa, o sindicato afirma que será uma ferramenta de pressão sobre a gestsão "para forçar mudanças nas questões do local de trabalho".
A criação do sindicato em uma região historicamente antissindicalista representa uma nova tendência de crescente ativismo dos funcionários de empresas de tecnologia baseadas no Vale do Silício. Hoje, não apenas funcionários da Alphabet, mas também da Amazon, Salesforce e Pinterest têm se manifestado quanto a questões como diversidade, discriminação salarial e assédio sexual.
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