A Lens Technology, uma das mais antigas fornecedoras de peças para o iPhone, está sendo acusada de usar trabalhadores muçulmanos à força em suas fábricas na China. A denúncia foi publicada pelo The Washington Post nesta terça-feira (29), com base em investigação feita por um grupo de direitos humanos.
Os relatórios do Tech Transparency Project, aos quais o veículo teve acesso, detalham que milhares de trabalhadores da minoria muçulmana uigur foram enviados de maneira forçada para atuarem na empresa, que também atende à Tesla e à Amazon, além da Apple.
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Conforme os documentos, os uigures enviados pelo governo chinês são forçados a trabalhar na companhia localizada em Xinjiang em condições semelhantes às de prisioneiros. Caso não queiram aceitar a oferta, a outra opção dada a eles pelas autoridades é ir para centros de detenção comparados a campos de concentração, segundo o grupo.
A empresa fornece peças para o iPhone há um longo tempo.Fonte: Unsplash
Mais empresas instaladas na região, próxima à fronteira com o Afeganistão e o Paquistão, também têm sido acusadas de trabalho forçado. De acordo com o jornal, há mais de 1 milhão de muçulmanos em condições similares nesta parte da China Ocidental, obrigados a trabalhar em fábricas de eletrônicos, bebidas, roupas e outros tipos de produtos.
Apple nega acusações
Afirmando ter “tolerância zero para trabalho forçado”, a Apple comentou que faz auditorias de surpresa em toda a sua cadeia de suprimentos e revelou ter garantido, no início do ano, que nenhum dos seus fornecedores em Xinjiang usasse mão de obra uigur transferida pelo governo.
Há alguns dias, a Maçã teve que lidar com acusações semelhantes em uma de suas fornecedoras na Índia, com a produção do iPhone sendo suspensa após a instalação ser depredada pelos trabalhadores.
O governo chinês também se pronunciou, dizendo que os uigures trabalham na fábrica por opção própria, afirmação contestada pelo Tech Transparency Project. Já a Lens Technology não se manifestou sobre as denúncias.
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