As tentativas de ataque cibernético ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ocorridas ontem (15), foram fruto de uma operação coordenada para “desacreditar a Justiça Eleitoral”. É o que aponta a investigação feita pela SaferNet, organização não governamental parceira do Ministério Público Federal (MPF) no monitoramento de fraudes eleitorais digitais.
Conforme o presidente da entidade Thiago Tavares, o ataque de negação de serviço (DDoS), que teve como alvo o TSE, foi executado bem antes das Eleições deste domingo dia 23 de outubro. Porém, a ação só foi divulgada na data do pleito.
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Ainda de acordo com Tavares, essa iniciativa de divulgar o ataque hacker no dia da votação tinha o objetivo de “causar mais impacto” e colocar a credibilidade do TSE em dúvida. Além disso, eventualmente serviria de munição para candidatos derrotados nas urnas, que poderiam alegar fraude no resultado desfavorável a eles.
Milhões de brasileiros foram às urnas no último domingo.Fonte: TSE/Divulgação
Paralelamente à divulgação da ação anterior dos cibercriminosos, que levou ao vazamento de informações velhas do setor de Recursos Humanos da Justiça Eleitoral, houve um novo ataque DDoS ao site do TSE, na manhã de domingo, para tirar a página do ar.
Sem relação com a lentidão da apuração
A princípio, os ataques da manhã de domingo não tiveram relação com o atraso na apuração dos votos. Segundo o presidente do TSE Luís Roberto Barroso, a campanha lançada pelos hackers foi repelida a tempo, evitando o acesso ao sistema.
Ele disse que a lentidão na divulgação dos resultados teve como causa um problema técnico em um dos processadores do supercomputador responsável por totalizar o resultado. Mesmo com essa explicação, a notícia acabou servindo de combustível para diversos questionamentos ao sistema do TSE nas redes sociais.
Candidatos levantaram a suspeita de fraude nas redes sociais.Fonte: Twitter/Marcelo D. Macedo
Perfis de políticos, como a candidata à prefeitura de São Paulo Joyce Hasselman, por exemplo, chegaram a publicar mensagens sobre suspeitas de fraude nas Eleições. No caso da filiada ao PSL-SP, o Twitter sinalizou a sua postagem como “contestada”.
Sobre esse ataque mais recente, a SaferNet afirma que os IPs utilizados pelos hackers seriam de Portugal ou vinculados a um cidadão do país europeu.
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