Empresa quer cobrir país inteiro com 5G através de drones
Analistas, porém, acreditam que proposta estará ultrapassada quando projeto for viabilizado

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Enquanto Elon Musk continua a mandar para a órbita baixa da Terra sua rede de internet via satélites, duas empresas britânicas, apoiadas pela operadora da Deutsche Telekom, pretendem lançar drones para enviar sinais 5G a partir da nossa estratosfera, cobrindo todo o Reino Unido com 60 dessas aeronaves. O plano a médio prazo é implementar uma fase beta em zonas rurais ao sul da Alemanha em 2024.
Os drones, segundo o anúncio foi feito pela empresa Cambridge Consultants (que tem como parceira a Stratospheric Platforms, autora do projeto da aeronave), ficariam no ar por nove dias, fornecendo conectividade de alta velocidade para áreas extensas. O serviço seria administrado em parceria com as atuais operadoras.

O sinal seria enviado por antenas energizadas por células de hidrogênio. “Esta é uma fonte de densidade muito alta, que nos permite produzir uma grande quantidade de energia por longos períodos de tempo. Cada drone cobrirá uma área de 140 km de diâmetro, a uma altitude de 20 km”, explicou à BBC executivo-chefe da Stratospheric Platforms, Richard Deakin.
Otimismo exagerado
Apesar de o comunicado da Cambridge Consultants transbordar otimismo, o sistema ainda está em fase de testes (em setembro, a Stratospheric Platforms enviou com sucesso um sinal de internet de um avião voando mais baixo de 20 mil km) e o drone ainda é apenas um projeto que não saiu do papel. Além disso, analistas do mercado estão cépticos quanto a viabilidade do negócio.
"Os céus são altamente regulamentados. Conseguir uma rede de drones voando constantemente na estratosfera em três ou quatro anos seria difícil”, disse à BBC o analista John Delaney, da empresa de pesquisas IDC. O tempo para a instalação da rede 5G por todo o Reino Unido também não é favorável.
“Em 2024, as operadoras móveis do Reino Unido devem ter construído grande parte de suas redes 5G. Não é realista esperar que a infraestrutura existente seja substituída por uma rede de drones", disse o analista Ben Wood, da consultoria CCS Insight.