Depois que a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, foi às redes sociais se retratar pela repercussão negativa de sua entrevista ao programa Roda Viva na última segunda-feira (19), a empresa postou em seu site uma carta assinada pelos três fundadores se desculpando pela forma com a qual a VP falou sobre diversidade racial na companhia.
Prometendo providências para reparar o erro, o banco virtual destacou que a diversidade "foi sempre, sim, parte da nossa cultura. O equívoco foi achar que ter o valor por si só bastava. O erro foi achar que as coisas vão se resolvendo sozinhas, pela própria comunidade de Nubankers, organicamente, sem esforços contínuos e investimentos da liderança".
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O Nubank ainda precisa avançar muito
O Nubank ainda precisa avançar muito em termos de diversidade - mas estamos sempre ouvindo as pessoas para melhorar.https://t.co/XCadnR5FRZ
— Nubank (@nubank) October 21, 2020
Os dirigentes da empresa reconhecem, na declaração oficial, que acabaram se acomodando com o progresso dos primeiros anos de startup (o banco foi fundado em maio de 2013), que se refletia em estatísticas de igualdade de gênero e LGBTQIA+ que, repetidas, “mascaravam a necessidade urgente de posicionamento ativo também na pauta antirracista”.
Com isso, o Nubank reconhece ter perdido a humildade que caracteriza a principal filosofia da empresa: entender velhos problemas com novas soluções e mentalidade inovadora.
Após passar os últimos dias conversando com a comunidade negra de Nubankers e ativistas externos, a empresa firmou uma parceria com o Instituto Identidades do Brasil como um “primeiro passo nessa jornada de aprendizado e transformação”, com vistas a promover a igualdade racial no Nubank.
Nivelar por baixo
Fonte: Nubank/DivulgaçãoFonte: Nubank
Durante a entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, na semana passada, a cofundadora do banco virtual Cristina Junqueira afirmou ter dificuldades para contratar executivos negros para assumir posições de liderança, por ausência de requisitos técnicos que julga necessários.
Quando questionada se essas exigências não seriam uma barreira, ela respondeu que o Nubank “não pode nivelar por baixo”. Após a forte repercussão da frase nas redes sociais, a própria Cristina publicou um vídeo em seu perfil no Linkedin, dizendo não ter se expressado “da melhor maneira”.
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