Ao contrário do otimismo exibido durante a greve dos Correios, quando chegou a nomear quatro megaempresas interessadas na privatização da estatal, o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), revelou nesta quarta-feira (30), em uma entrevista ao UOL, que nenhuma empresa formalizou qualquer interesse na compra.
Questionado pelos colunistas Carla Araújo e Mauricio Stycer, o ministro reconheceu que a declaração dada na época refletia uma avaliação pessoal de quais empresas seriam atraídas pela privatização dos Correios.
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Justificando que o processo de privatização ainda vai começar, Faria atribui o excesso de otimismo a informações recebidas do seu ex-secretário especial de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia, Salim Mattar: “Ele falou que provavelmente ia ser um sucesso, que sabia de players que estariam interessados, outros que provavelmente entrarão, por exemplo, o FedEx".
Fonte: André Ávila/Agência RBS/ReproduçãoFonte: André Ávila/Agência RBS
Embora reconheça não ter recebido propostas formais, o ministro das Comunicações voltou a relacionar nominalmente algumas possíveis empresas candidatas a participar do processo de privatização dos Correios. Entre os imaginados por Faria, estão as americanas FedEx e Amazon, a argentina Mercado Livre e a brasileira Magazine Luiza.
Como fator determinante para o interesse de várias empresas no processo de privatização da estatal, o ministro das Comunicações destacou o “resultado positivo no ano passado, de R$ 671 milhões de Ebitda. Era uma empresa que vinha dando prejuízos e ela estava retomando ano a ano o crescimento em V, então apontava para o ano que vem um Ebitda de quase R$ 1 bilhão".
O Ebitda é um importante indicador financeiro que mostra o lucro da companhia antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. No entanto, em um processo de aquisição, ele nunca é visto isoladamente, uma vez que empresas com resultados financeiros negativos podem apresentar um Ebitda positivo.
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