Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada hoje (11) entre os trabalhadores dos Correios e os diretores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que poderia resultar no fim da greve. Com isso, a paralisação da categoria continua.
Convocada pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Kátia Arruda, a audiência virtual ocorreu com o objetivo de tentar uma solução negociada para a greve, iniciada no dia 17 de agosto. No entanto, nenhuma contraproposta foi apresentada pela direção da empresa, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT).
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A categoria tem como principal demanda a manutenção do acordo coletivo assinado no ano passado, previsto para valer até 2021, mas que acabou suspenso pela estatal por conta da pandemia do novo coronavírus, alegando falta de condições financeiras. Com a medida, dezenas de cláusulas deixaram de vigorar, incluindo aquelas referentes ao auxílio-creche, licença-maternidade de 180 dias e o adicional para quem trabalha à noite.
A paralisação começou no dia 17 de agosto.Fonte: Facebook/FENTECT
Outra reclamação dos sindicatos da categoria é em relação à possibilidade de privatização dos Correios, que vem sendo defendida pelo governo e já despertou o interesse de grandes empresas estrangeiras, como Alibaba e Amazon.
Julgamento no TST
Com a falta de acordo entre as partes durante a audiência, a greve dos Correios continua. Nesta sexta, ela está chegando ao 25º dia, e caso não haja nenhuma reviravolta nos próximos dias, será levada a julgamento no Tribunal Superior do Trabalho.
Ao final da audiência, a ministra marcou a data para o julgamento do dissídio coletivo, que ficou agendado para o próximo dia 21 de setembro. Ela também deu um prazo de cinco dias para que os advogados envolvidos no processo se manifestem.
Posição dos Correios
Em nota divulgada à imprensa, a direção dos Correios comentou que tem sido transparente com os colaboradores a respeito da situação financeira pela qual a estatal tem passado, agravada em decorrência da crise causada pelo novo coronavírus.
A empresa também informou que continuará trabalhando com o Plano de Continuidade de Negócios, para tentar minimizar os impactos da greve, garantindo o acesso a serviços essenciais prestados por ela.