Após desastres aéreos fatais envolvendo o 737 Max, a multinacional Boeing publicou um comunicado nesta quarta-feira (19) no qual a aeronave surgiu com um novo nome: 737-8. Ao que parece, essa seria uma tentativa de afastar a má fama relacionada ao nome original após a morte de quase 350 pessoas em 2 acidentes que ocorreram na Indonésia e na Etiópia em 2018 e 2019, respectivamente.
No comunicado, a fabricante anunciou a venda de 4 modelos para a polonesa Enter Air SA que, ao fim dessa negociação, terá uma frota de 10 aeronaves 737 Max. "Apesar da crise atual, é importante pensar no futuro", disse o diretor-geral da companhia, Grzegorz Polaniecki. Vale destacar que esse modelo não recebe encomendas desde de dezembro do ano passado.
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Impactos econômicos
Destroços do 737 Max que caiu em 2019 na Indonésia.Fonte: REUTERS/Baz Ratner
Devido aos acidentes, a Boeing teve que realizar uma série de análises técnicas e verificações em seus aviões. Esse processo foi apenas mais um agravante para a crise financeira da empresa, causada tanto pelos impactos da covid-19 sobre o mercado de aviação quanto pela queda de suas ações após os acidentes.
Apesar de todos esses fatores, o diretor da Enter Air acredita que a empresa vai se recuperar. "Após as verificações rigorosas pelas quais o 737 Max está passando, estou convencido de que esta será a melhor aeronave do mundo por muitos anos", disse.
No entanto, o mercado não parece tão entusiasmado quanto o empresário. Em uma nota da semana passada, a Boeing divulgou que mais de 400 encomendas do modelo para este ano foram canceladas. No total, a empresa teria recebido 864 desistências.
Com o início da quarentena em março, as ações da Boeing sofreram uma queda abrupta de R$1.461 para R$508. Desde então, a empresa vem recuperando a confiança dos investidores e, nesta quarta-feira (20), fechou o pregão com uma alta de R$938.
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