A plataforma de animes Crunchyroll está à venda por US$ 1,5 bilhão, e já existe um interessado: a Sony – a japonesa, porém, considerou o preço salgado e bem acima dos valores recentes de outros serviços de streaming de nicho. Nenhuma das empresas envolvidas no negócio se pronunciou.
Lançada no mercado em 2006, a Crunchyroll foi comprada em 2013 pela Otter Media (uma joint venture criada pela AT&T) em um acordo que, à época, foi estimado em U$ 100 milhões. Em 2018, a Otter se tornou uma subsidiária integral da AT&T, e agora vai contribuir para ajudar a pagar uma dívida de US$ 153,5 bilhões de sua controladora, gerada pela compra da Time Warner. Outra empresa que seria posta à venda é a divisão de jogos da Warner, a Warner Bros. Interactive Entertainment
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A AT&T não está apenas vendendo sua participação no mercado wireless em Porto Rico, centros de dados e escritórios espalhados pelos EUA, como também cortando pessoal: no dia 10 deste mês, ela anunciou a demissão de 600 funcionários e três executivos da Warner Bros (mais especificamente, na DC Comics e no DC Universe). A intenção da companhia é se concentrar na produção e veiculação de conteúdo digital via HBO Max, tornando o canal de streaming um concorrente direto da Netflix.
Originais para 3 milhões
Enquanto se discute a quem pertencerá, a Crunchyroll segue investindo em novas produções (12 séries originais, anunciadas até o momento) e arregimentando assinantes (já são mais de três milhões).
Se for comprada pela Sony, a plataforma retomará a parceria encerrada em 2018. Crunchyroll e Funimation já mantiveram um acordo de licenciamento cruzado de conteúdo: enquanto a primeira oferecia versões legendadas dos animes, Funimation fornecia as versões dubladas.
Quando a Sony comprou a Funimation em 2017, decidiu encerrar o negócio no ano seguinte. A plataforma de animes, agora, funciona de maneira independente como uma joint venture operada pela japonesa Aniplex (uma subsidiária da Sony Music) e a Sony Pictures.