Para liquidar suas dívidas e finalizar seu plano de recuperação judicial, a Oi provavelmente terá que vender sua divisão de telefonia móvel. Eram quase 34 milhões de linhas ativas na base da operadora no fim de março deste ano, e quem tem mais chances de ficar com esses ativos é um consórcio formado por Vivo, Claro e TIM. Mas como é que essas operadoras vão “fatiar” o bolo de clientes da Oi?
Segundo o Valor Econômico, representantes das três operadoras já entraram em contato com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para começar a traçar um plano, e parece que a divisão deve ser feita por DDD ou unidade federativa, sendo que a operadora que tiver menos clientes em cada uma das regiões poderá ficar com o espólio da Oi. Veja como:
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- Em São Paulo, a TIM absorveria os 4,18 milhões de clientes da Oi que registrados no DDD 11. Mas isso poderia mudar, já que TIM e Claro estão praticamente empatadas na vice-liderança nessa região.
- Por outro lado, no Paraná, a Claro ficaria com todos os clientes da Oi no estado inteiro e não só no DDD da capital Curitiba.
- No estado do Rio de Janeiro também haveria uma migração completa, só que para a base da TIM.
- Em partes do Nordeste, como Paraíba, Pernambuco e Ceará, onde a Oi é a operadora com maior quantidade de clientes, haveria uma migração total para a base da Vivo. Fala-se também na migração total de clientes nordestinos da Oi para a Vivo, e não só dos três principais estados da operadora.
Aparentemente, ainda não há um plano completo de aquisição da base da Oi para as demais regiões. Contudo, levando em conta o mapa da Anatel/Teleco, podemos pelo menos assumir que os clientes da Oi não migrariam para essas empresas mostradas como atuais líderes de mercado em cada DDD.
Líderes no mercado de telefonia celular em cada DDD do Brasil atualmente (Teleco/Anatel)Fonte: valor
Isso, claro, se a lógica da absorção pela menor operadora da região for mesmo o principal critério para a partilha da Oi entre as suas concorrentes.
É bom lembrar também que, apesar de ter a maior oferta na mesa nesse momento (R$ 16,5 bilhões), o consórcio Vivo, TIM e Claro ainda não fechou negócio com os credores da Oi. Entretanto, o conglomerado possui o direito cobrir qualquer oferta que a Oi receba nas próximas semanas.
Seja como for, ainda não há uma garantia de que o Cade permitira a compra da Oi pelas suas advesárias, algo que potencialmente prejudicaria a concorrência no setor no Brasil.
Fontes