A extensão do auxílio emergencial é possível de acontecer, mas o governo só tomará essa decisão depois de avaliar a situação da economia e a dimensão do benefício, durante o mês de agosto, afirmou ontem em Brasília o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, durante videoconferência promovida pelo site Jota.
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Segundo ele, “chegando no prazo e vendo necessidade, vamos tomar a decisão, se precisa ou não precisa, e qual a dimensão [desse auxílio]. É uma decisão política, de avaliar no tempo exatamente essa necessidade”.
Já existe pressão, dentro do governo, para que o valor de R$ 600 seja reduzido ao patamar proposto inicialmente, de R$ 200 – o que Funchal admitiu poder ocorrer.
“Certamente a necessidade dessa dimensão é muito menor do que em março, no início da pandemia, quando o Brasil praticamente parou. À medida que a economia está retomando, a necessidade reduz. Então a discussão tem que ser essa. Vamos olhar o que está acontecendo com a economia, se de fato há necessidade, redimensionar e ver como podemos alocar recursos a partir disso. Se a economia estiver em situação em que consegue voltar atividades de forma mais normal do que no começo do ano, não tem por que fazer essa renovação", disse.
Volta ao valor previsto
Hoje, o valor do benefício é de R$ 600, a ser pago até o fim deste mês. Nesta quarta-feira (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar que não é mais possível pagar o benefício por mais tempo.
“Se fosse R$ 200, R$ 300, dava para segurar por seis meses, um ano. Sendo R$ 600, não conseguimos mais do que estamos fazendo até agora”, afirmou o ministro, que sempre defendeu o valor de R$ 200, “a média recebida pelo Bolsa Família”. A disputa foi vencida pelo Congresso, que aumentou o valor e aprovou o pagamento de R$ 600. Desde abril, quando foi o auxílio foi aprovado, o governo já pagou R$ 254,4 bilhões. A equipe econômica, agora, pensa novamente em retomar o valor proposto inicialmente.
O presidente Jair Bolsonaro tem a mesma posição; também na quarta, afirmou que “não dá para continuar muito porque, por mês, custa R$ 50 bi. A economia tem que funcionar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado.”