Depois da Huawei e da ZTE, o alvo da vez do presidente norte-americano Donald Trump é o aplicativo TikTok, da ByteDance, dentro da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O empresário vem dizendo há tempos que vai banir a popular rede social do país, mas, segundo advogados ouvidos pelo Business Insider, se não puder expulsar o app, vai infernizar um bocado a vida da controladora chinesa.
Para Kyle Langvardt, professor de Direito da Universidade de Detroit, "ele pode interferir tanto nos negócios da plataforma que um clone americano do TikTok acabará surgindo para substituí-lo".
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Especialistas concordam que o governo estadunidense deve tomar outros caminhos a fim de tornar o TikTok inviável para os 80 milhões de usuários americanos. Isso exigiria soluções criativas: se o app for considerado um software, proibi-lo põe em risco a 1ª Emenda da constituição do país, que garante a liberdade de expressão.
A ByteDance, controladora do TikTok, pode ser forçada a vender suas operações se quiser continuar atuando nos EUA.Fonte: 6do/Reprodução
Microsoft pode assumir aplicativo
Uma das primeiras medidas seria ordenar a retirada do TikTok das lojas oficiais da Apple e da Google; em seguida, bloquear a comunicação entre servidores da plataforma e os usuários dos Estados Unidos, o mesmo que o governo de Pequim (China) faz para evitar o acesso a sites como Facebook, Twitter e Google.
Trump poderia incluir o TikTok na Lista de Entidades proibidas de fazer negócios com os EUA — na qual Huawei e ZTE estão há meses — ou declarar "emergência nacional", abrindo as portas para o governo interferir em transações comerciais estrangeiras.
Nessa linha, o presidente estadunidense vem pressionando a ByteDance a vender o aplicativo para alguma empresa norte-americana. A Microsoft se ofereceu para assumir as operações do TikTok, avaliado em US$ 50 bilhões, nos EUA, no Canadá e na Austrália. Trump deu até 15 de setembro para a chinesa fechar acordo com um comprador do país.