Nesta quinta-feira (30), o governo chinês acusou os Estados Unidos de tentar eliminar a Huawei de todas as formas do mercado internacional. O comentário surgiu depois que o embaixador americano no Brasil Todd Chapman alertou sobre possíveis consequências negativas para o país, em caso de adoção da tecnologia 5G fornecida pela companhia asiática.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Wang Wenbin disse que as alegações de Donald Trump sobre a Huawei não têm nenhum fundamento. “Quando as empresas de outros países se tornam dominantes, os políticos americanos inventam desculpas e recorrem ao poder estatal para eliminá-las por todos os meios”, comentou.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Desde o ano passado, o governo americano tem pressionado os aliados para que eles proíbam o uso de equipamentos da fabricante chinesa, líder em infraestrutura da rede 5G. Segundo os EUA, a empresa atua em parceria com o governo da China, trazendo riscos para a segurança nacional.
O porta-voz do governo chinês Wang Wenbin fez duras críticas aos Estados Unidos.Fonte: Ministério das Relações Exteriores da China/Divulgação
Sobre isso, Wenbin lembrou que a empresa chinesa já desenvolveu mais de 1,5 mil redes em 170 países, atendendo algumas das maiores empresas do mundo e mais de 3 bilhões de pessoas, sem nunca ter enfrentado qualquer acusação de violação de segurança. “Nem um único incidente de segurança cibernética como os revelados por Edward Snowden ou WikiLeaks ocorreu”, disse o porta-voz do governo.
Consequências para o Brasil
Em entrevista ao jornal O Globo, o embaixador americano no Brasil disse que o país pode sofrer consequências negativas se utilizar a infraestrutura 5G fornecida pela Huawei, enfrentando problemas na área econômica, principalmente.
Segundo Chapman, empresas americanas podem deixar de investir no mercado nacional, com receio de que sua propriedade intelectual esteja sob ameaça, referindo-se à suposta espionagem praticada pelo governo chinês, por meio da empresa de tecnologia.