Nesta quarta-feira (15), a China alertou Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, que o banimento da Huawei da rede 5G do Reino Unido custará caro para a parceria entre os países. Resultado da pressão política movida por Donald Trump, Boris ordenou que os equipamentos da marca fossem removidos das estruturas ainda em construção.
A mensagem em tom de ameaça foi enviada horas depois da decisão tomada pelo primeiro-ministro de retirar todas os equipamentos da Huawei de futuras redes de 5G até o final de 2027. Sob influência de Donald Trump — que reivindicou crédito pela suspensão da parceria —, o Reino Unido foi colocado no fogo cruzado da guerra comercial que perdura desde 2017.
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De um lado, os Estados Unidos notificaram que faria negócios apenas com países que bloqueiam a Huawei. Do outro, a influência do governo chinês sobre as companhias sediadas no país que testemunharam o abandono da gigante das telecomunicações durante o conflito político.
“Agora, eu diria que isso não é apenas decepcionante — é desanimador”, lamenta Liu Xiaoming, embaixador chinês, ao Centro de Reforma Europeia. Em seguida, ele ressalta a insensibilidade do governo britânico ao “simplesmente” abandonar a empresa.
Por fim, Liu Xiaoming questiona como o Reino Unido justificará a decisão para outras companhias chinesas que atuam no país e como tentará reconquistar a confiança desses investidores para continuarem presentes no país. “A maneira como você trata a Huawei está sendo observada de perto por outras empresas chinesas, e será muito difícil para elas ter a confiança necessária para investir mais”, completou.
O Ministério das Relações Exteriores, em Pequim, minimizou o impacto da decisão do Reino Unido caracterizando-o como “um lugar relativamente pequeno” que está se tornando submisso aos Estados Unidos. “O Reino Unido quer manter seu status independente ou ser reduzido a vassalo dos Estados Unidos?”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
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