Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, defendeu em entrevista ao Mobile Time que o PIX, método de pagamento por QR Code do Banco Central, seja adiado por mais alguns meses.
O executivo, que observa um grande crescimento no número de consumidores do Mercado Livre e de usuários do Mercado Pago, braço de pagamentos da marca, devido a quarentena, teme que a indústria não conseguirá se adequar ao cronograma estabelecido pelo BC até novembro.
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Ainda que favorável ao PIX, Tulio Oliveira acredita que o mercado precisará de mais tempo para se adequar às mudanças geradas pela adoção do método. Ressaltando a necessidade de se reinventar durante a quarentena e a crise financeira gerada pela queda de consumo, o vice-presidente espera que o Banco Central adeque o cronograma e viabilize a adoção do PIX no mesmo período.
PIX será adiado?
“Lançar um produto novo em um cenário de pandemia com as equipes trabalhando 24/7 (24 horas, sete dias por semana) é complexo.”, defende Tulio. “Com empresas enfrentando problemas financeiros ou de liquidez, colocar todo mundo numa janela de desenvolvimento neste momento em que precisam se reinventar, enquanto saem regulações, programas e leis novas todos os dias, é um desafio enorme.”, comentou em entrevista.
Em entrevista para a Mobile Time, Tulio Oliveira aponta os principais desafios e mudanças causadas pela pandemia.Fonte: Mobile Time/Reprodução
O vice-presidente prefere que o prazo seja prorrogado, mas considera o PIX um grande avanço. “Quanto antes (o PIX) entrar, melhor; mas a situação impõe um pouco mais de cautela.”, disse.
Apesar das suas consequências nocivas, crises como a pandemia da Covid-19 aceleram tendências mundiais e tem sido um forte catalizador para o mundo digital. Seguindo as orientações médicas, mais consumidores se rendem ao e-commerce e apps de pagamento decolam em popularidade. “Coisas que estavam previstas para acontecer mais para frente vão acontecer rapidamente.”, finaliza o vice-presidente.
Para o mundo pós-pandemia, Tulio acredita que o mundo digital estará ainda mais presente na rotina do brasileiro, com “pessoas muito mais habilitadas, confiantes e familiarizadas com soluções digitais de pagamentos” — o que é um bom cenário para o lançamento do PIX.
O Banco Central, contudo, não acredita que esse momento de pandemia seja um problema para o lançamento do PIX.
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