O 5G já sofre com ataques conspiratórios desde o ano passado, mas a proliferação do coronavírus intensificou as notícias falsas sobre o padrão de conexão. De acordo com o TechRadar, a situação está tão tensa que operadoras voltaram a relatar ataques contra sua infraestrutura e também funcionários.
Segundo explica o site, o Reino Unido é um dos locais que mais registrou casos de ataques contra operadoras. A empresa de telecomunicações britânica BT Group revelou que já registrou 39 casos de agressão física ou verbal contra seus engenheiros. Além disso, 11 postes instalados pela companhia foram quebrados e até incendiados, e a maioria da infraestrutura afetada nem tinha ligação com o 5G.
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Os primeiros relatos de depredação de torres de operadoras no Reino Unido surgiram no início deste mês.
Fonte: Business Insider
De acordo com a associação Mobile UK, que representa as operadoras do Reino Unido, ocorreram mais de 20 ataques contra instalações de operadoras somente durante o fim de semana da Páscoa. O CEO da Vodafone UK, Nick Jeffery, confirmou que um dos postes afetados atendia o Nightingale Hospital, em Birmingham, o que pode atrapalhar a comunicação entre pacientes de COVID-19 e familiares.
"É comovente o suficiente que as famílias não possam estar ao lado dos entes queridos que estão gravemente doentes", disse Jeffery. "É ainda mais perturbador que até o pequeno consolo de uma chamada telefônica ou de vídeo possa agora ser negado por causa das ações egoístas de alguns teóricos da conspiração iludidos."
Problema inesperado
De acordo com Philip Jansen, CEO da BT, a operadora estava preparada para lidar com o distanciamento social trazido pela pandemia do coronavírus, mas não imaginava que a desinformação seria um problema tão grande para lidar também. "Tudo sobre isso não faz sentido", disse o executivo ao jornal The Mail on Sunday. "Não existe validação nas teorias e muitas até se contradizem abertamente; todas ignoram os princípios básicos da ciência."
As teorias da conspiração sobre o 5G normalmente dizem que as ondas eletromagnéticas trariam problemas para a saúde. Porém, a tecnologia presente na conexão é a mesma utilizada em padrões anteriores e diretrizes estipuladas em 1998 já apontam que a novidade é segura para os seres humanos.
Para dar mais garantia aos céticos, a Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não-Ionizante (ICNIRP, na sigla em inglês), após sete anos de pesquisa, reafirmou recentemente que não existem problemas de saúde ligados ao 5G.
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