Um retrato do consumo no Brasil em tempos de quarentena foi delineado pela empresa de pesquisas de mercado Kantar, com um levantamento realizado entre os dias 16 e 19 de março com 542 pessoas de todo o país. Ela descobriu que o brasileiro se preocupa mais com a pandemia de covid-19 do que os chineses. Isolado em casa, ele está comendo melhor (mas se entupindo de sorvete para enfrentar a ansiedade) enquanto se informa pela TV.
A saúde dos filhos e das outras crianças da família tira o sono de 21% dos brasileiros, seguido do bem-estar dos mais velhos (17%) e, em terceiro, das pessoas em geral (16%). Por isso, 74% dos entrevistados saem raramente (somente para ir ao supermercado, ao banco ou à farmácia).
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Adquirir alimentos frescos é uma das razões para as pessoas saírem do isolamento.Fonte: Agência Brasília/Acácio Pinheiro
Cresceu o consumo de frutas, verduras e legumes, considerados importantes para 27% das pessoas. Estocar itens básicos da alimentação, como feijão e arroz, é relevante para 20% dos entrevistados. O isolamento social forçado provocou um aumento nas entregas em domicílio em 7%. As compras mais citadas são alimentos, produtos de limpeza e remédios como analgésicos e antigripais.
Olhando o mundo de dentro de casa
O isolamento forçado trouxe estresse, que vem sendo aliviado pelo aumento do consumo de itens como sorvetes (30%), salgadinhos e petiscos (17%) e bebidas como café e chá (7%). Na hora da compra, 80,6% dos entrevistados buscam informações em blogs e mídias sociais, 83,3% por meio de opiniões de clientes e 82% nos sites das próprias lojas.
A TV é a principal fonte de informação para os brasileiros.Fonte: Getty Images/John Moore
Para se informar, a TV ainda é o meio mais confiável para 77% da população, batendo a internet (60% não sabiam que existe um aplicativo com informações sobre o coronavírus). A audiência dos programas jornalísticos subiu 17% e os infantis, 14%.
Para conseguir manter a rotina de trabalho e estudo, os entrevistados lançaram mão de consultas online (34% das pessoas), ensino à distância (33%) e softwares de trabalho remoto (29%).
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