Buscando conter a disseminação do novo Coronavírus, o governo de Israel decidiu utilizar uma ferramenta de localização — inicialmente desenvolvida para localizar terroristas — para monitorar pacientes infectados pela doença.
O anúncio partiu de Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel. Em canais de televisão nesta segunda-feira, Netanyahu declarou que o país implementará medidas emergenciais de vigilância cibernética por um período de 30 dias. Com isso, autoridades serão autorizadas a rastrear os celulares de pessoas diagnosticadas com o Covid-19 e pessoas com suspeitas da doença.
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Com os dados de localização, agentes do governo entrarão em contato com as pessoas que estiveram próximas dos pacientes diagnosticados com o vírus e as notificarão sobre o possível contágio da doença. Normalmente, a medida de vigilância precisa passar pelo processo parlamentar para ser implementada, mas Netanyahu a considera como a única opção.
(Fonte: VisualHunt)Fonte: VisualHunt
“Eu me abstive como primeiro ministro em usar esses meios com a população civil até agora, mas não há escolha”, alerta o ministro. “Estamos travando uma guerra que obriga usar meios especiais e, portanto, busquei a aprovação do Ministério da Justiça. Isso nos dá uma ferramenta muito eficaz.”, completa.
Israel não é o primeiro país a adotar medidas de vigilância e monitoramento para contenção de doenças. Em 2015, o governo da Coreia do Sul aprovou um conjunto de leis que autorizavam a coleta de inúmeros dados de pacientes detectados com doenças infectocontagiosas — incluindo compras feitas com cartão e localização em tempo real. Neste caso, todo cidadão sul-coreano supervisionado deveria ser notificado pelas autoridades e quaisquer dados registrados deveriam ser excluídos assim que o monitoramento fosse encerrado.
A liberdade e o bem comum
Medidas de monitoramento contra doenças deixam especialistas jurídicos em alerta. Eles se preocupam com o perigoso equilíbrio entre liberdade civil e a sobrevivência. Atualmente, governos podem estar evitando a propagação de doenças, mas as mesmas ferramentas podem acabar sendo utilizadas para fins não tão benéficos à sociedade no futuro.
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