A Consumer Electronics Show (CES) deste ano terminou no último fim de semana, e o que foi apresentado, na maioria, é a tendência do que nos espera no futuro. Mais celulares 5G, novas TVs para assistir a mais canais de streaming e computadores e notebooks equipados com chipsets com muito mais velocidade de processamento.
O que esperamos que chegue ao mercado
Celulares 5G
Se nos Estados Unidos algumas operadoras já trabalham com redes 5G, no resto do mundo a tecnologia ainda engatinha. Enquanto isso, a indústria trabalha para lapidar seus celulares 5G, ainda grandes demais por conta, principalmente, da bateria. A Apple (historicamente, a marca da inovação) parece ainda em compasso de espera para ver como o mercado amadurece a tecnologia antes de lançar um iPhone com a quinta geração de internet.
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A briga da empresa com a Qualcomm (que está trabalhando nesse segmento) em 2019 não ajuda muito. A compra da maior parte da divisão de modem da Intel por US$ 1 bilhão também não significa que a Apple conseguirá de pronto um chipset para seus celulares 5G.
Em contrapartida, parece que 2020 será o ano em que os smartphones dobráveis se tornarão não mais uma novidade, e sim uma opção entre tantos dispositivos.
TVs
A CES é a feira das TVs. Todos os anos, o anúncio de novas tecnologias faz queixos caírem pelo avanço, e não pela possibilidade real de consumo — como as TVs de tela dobrável da LG, frequentadoras da CES desde 2018 e cujo preço foi divulgado agora: US$ 60 mil (R$ 247,5 mil). A maior parte do que é apresentado não chega até o consumidor global comum: ou é proibitivamente caro ou fica restrito ao mercado doméstico da fabricante.
A tendência é TVs que durem um pouco mais que smartphones, com aparelhos relevantes tecnologicamente por alguns anos. O HDMI 2.1 deve ser adotado por toda a indústria, e a taxa de atualização de 120 Hz deve ser padrão em TVs de 4K; e espera-se a otimização para a próxima geração de consoles de jogos da Microsoft e da Sony.
As maiores novidades na CES 2020 partiram da Apple ou se relacionaram a ela, com o anúncio de suporte ao AirPlay 2 e ao aplicativo da Apple TV, no caso da Samsung, por fabricantes de TVs.
Streaming
A batalha dos canais de streaming deve continuar em 2020, assim como seu efeito imediato, na pirataria e seu combate. HBO Max, Peacock e Quibi têm planos de lançar canais próprios, enquanto Disney+ e Apple TV+ continuam a empunhar o facão e abrir espaço na selva dos canais em que entraram no fim de 2019.
A reboque, a troca de casa de séries e filmes com audiência gigantesca deve continuar: a WarnerMedia pagou US$ 450 milhões pelos direitos de Friends, enquanto a Netflix desembolsou US$ 500 milhões por Seinfeld. O temor dos assinantes só cresce: a Disney deve assumir o controle do Hulu, o que significa que muitos programas produzidos pela NBC vão sumir da plataforma até 2024, como Brooklyn Nine-Nine, que no Brasil faz parte do catálogo da Netflix.
A produção de conteúdo original, mesmo sofrendo alguns tropeços em 2019, deve ser ainda mais forte. Logo no início do ano, a Apple TV+ contratou a Eden Productions, do ex-CEO da HBO, Richard Plepler, para um novo estoque de filmes, séries e documentários originais.
Produções exclusivas oferecidas por cada vez mais canais de streaming provavelmente vão significar muito mais pirataria e compartilhamento de senhas.
PCs e notebooks
A grande revolução que se espera em 2020 está dentro de PCs e notebooks: seus chips. A chegada do Tiger Lake ao mercado, na terceira geração de chips 10 nm da Intel, vai significar (esperamos) não apenas grandes variações de especificações nos dispositivos já existentes como também máquinas que aproveitem os novos processadores nos quesitos energia e vida útil da bateria.
A AMD, que em 2019 equipou o Surface Laptop 3 de 15 polegadas da Microsoft, quer um pedaço do mercado da Intel, e para isso vai usar a linha Ryzen 4000. A série de processadores deve trazer a nova arquitetura Zen 2 da empresa para o segmento de laptops.
PCs dobráveis e de tela dupla que rodam Windows foram tendência na CES 2020, criando para si toda uma nova categoria. Seguindo a tendência alavancada pela Dell, a Microsoft já começou a campanha do Surface Duo, trabalhando em um sistema operacional Windows 10X sob medida.
Os monitores curvos e com taxa de atualização maior (360 Hz) foram destaque (Asus, Acer e Samsung) principalmente para games. O que se espera para esse segmento, porém, é que as telas dos notebooks sejam mais velozes, ganhando novas GPUs da NVIDIA ou chips Intel, além de dispositivos com molduras menores e mais entradas USB-C. Falando em jogos…
Games
Tanto Sony como Microsoft anunciaram consoles alimentando jogos com resolução de até 8K, o que não deve atingir o consumidor comum, porque TVs 8K ainda são para poucos. Mas, assim como o mercado de streaming, 2020 pode ter mais jogadores nessa arena em que Nintendo, Sony e Microsoft se engalfinham.
Em 2019, a Apple lançou a plataforma Arcade e a Google, o Stadia. Não seria surpresa se as duas também colocassem no mercado um console para chamar de seu. A Amazon já anunciou que está entrando no mercado de streaming de games e tem bala na agulha para disputar essa batalha de consoles.
Fontes