A International Rights Advocates abriu, na última segunda-feira (16), processo contra algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, acusando-as de lucrar com trabalho infantil nas minas de cobalto da República Democrática do Congo. Entre as companhias citadas na ação estão Google, Apple, Tesla, Microsoft e Dell.
De acordo com a organização, as gigantes do setor tecnológico tinham conhecimento de que a extração do cobalto utilizado em seus produtos poderia estar relacionada à exploração da mão de obra infantil na África.
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Os autores da ação denunciam os casos de 14 crianças que trabalharam na extração do mineral no país africano, cujas histórias terminaram em morte ou ferimentos causados durante o trabalho. Elas eram contratadas por duas mineradoras, a britânica Glencore e a chinesa Zhejiang Huayou, que têm como compradores as empresas citadas.
No processo, as famílias afirmam que as crianças trabalhavam em condições totalmente insalubres recebendo entre US$ 1 e US$ 2 por dia e que apesar de saber de tudo isso, as empresas não tomaram qualquer medida. Elas solicitam indenização por crimes como trabalho forçado, falta de supervisão e enriquecimento ilícito.
O que dizem as empresas
Entre as empresas citadas no processo por trabalho infantil na África, apenas a Microsoft e a Glencore se posicionaram até agora. Ao The Telegraph, a companhia de Redmond disse estar comprometida com a compra responsável de minerais e sempre atenta às possíveis violações praticadas por seus fornecedores.
Já a mineradora revelou não ter o costume de comprar mineral extraído artesanalmente na África e que não tolera trabalho de menores de idade.
Vale lembrar que o uso do cobalto na tecnologia é bastante difundido. Encontrado em larga escala na África, principalmente no Congo, responsável por 60% da produção mundial, conforme a BBC, ele é um componente essencial para a produção das baterias de íon-lítio, que alimentam dispositivos eletrônicos como celulares, notebooks e carros elétricos.
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