O CEO da Huawei, Ren Zhengfei, deu sua primeira entrevista à impressa latino-americana nesta semana. Em conversa com o Valor Econômico, o chefão da maior empresa de tecnologia da China falou sobre a guerra comercial entre os EUA e seu país, demonstrando não ceder à pressão americana.
“Os Estados Unidos tratam a América Latina como seu quintal. Nosso objetivo é ajudar a América Latina a sair desta armadilha e manter a soberania de seus países. A América Latina é o melhor lugar do mundo”, disse ele.
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Zhengfei afirmou que o Brasil não precisa se preocupar com a implantação da rede 5G, pois as empresas de tecnologia devem tomar essa responsabilidade pra si. Ele ainda fez uma brincadeira (um tanto infeliz) dizendo que basta o governo focar em distribuir a renda e as empresas desenvolverem sua tecnologia, que os cidadãos vão poder se dedicar mais ao samba, “que nunca poderá ser substituído pela inteligência artificial”.
Maior barreira do 5G é a legislação brasileira
Para o executivo chinês, o 5G está chegando em um momento em que o Brasil precisa tomar a dianteira da região e deixar os Estados Unidos para trás. Contudo, ele julga que a maior barreira para a implantação da nova tecnologia por aqui é justamente a nossa legislação, que é muito burocrática e restritiva.
O CEO da Huawei está tranquilo quanto à guerra comercial contra os EUA e afirmou: “A disputa com os EUA não criará um novo muro de Berlim porque a era da informação não comporta muros. Depois da recessão econômica, os Estados Unidos perderam mercado. Se não pode fornecer para o mundo inteiro, o país deve se conformar em reduzir sua presença na economia mundial”.
Enquanto isso, o governo Trump vem pressionando outros países a banir a Huawei de sua infraestrutura 5G. Segundo o HuffPost, o Brasil teria sido avisado que, se a Huawei participar do leilão do 5G, previsto para o segundo semestre de 2020, os americanos irão cancelar o acordo de Alcântara.
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