Na quinta-feira (06), a Uber publicou seu relatório de transparência de segurança e incluiu os dados sobre casos de agressão sexual e assédio ocorridos nos anos de 2017 e 2018, nos EUA. A princípio, esses dados ficaram de fora do relatório emitido no ano passado.
No relatório constam as ações de segurança da companhia, além de estatísticas sobre os incidentes de segurança mais graves relatados na plataforma, o que inclui fatalidades no trânsito, agressões físicas e sexuais, além de assédio.
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1,3 bilhão de viagens e 229 estupros
Em 2017, foram 2.936 casos de agressão sexual relatados. Já em 2018, esse número subiu para 3.045, sendo que 229 deles resultaram em estupro. Enquanto isso, a companhia disse que permitiu 1,3 bilhão de corridas com o uso de sua plataforma. Para os casos de assédio sexual, a companhia criou 21 subcategorias de incidentes, incluindo “beijos e toques não permitidos”.
Vale lembrar que esses casos de assédio e violência sexual mais graves, possivelmente, são maiores que o registrado pela empresa, uma vez que muitas mulheres não reportam as agressões.
Uber reconhece o problema
O CEO da Uber, Dara Khosrowshani, publicou sobre o relatório de segurança no Twitter, dizendo que, enquanto muitas pessoas vão se surpreender pelos casos raros de agressões sexuais, outras vão julgá-los como corriqueiros.
Da mesma forma, algumas pessoas vão dizer que a empresa mantém um bom nível de segurança com relação a incidentes desta natureza, ao passo que outras dirão que a companhia poderia fazer muito mais. E ele, Khosrowshani, concorda com ambas as opiniões.
Doing the right thing means counting, confronting, and taking action to end sexual assault. My heart is with every survivor of this all-too-pervasive crime. Our work will never be done, but we take an important step forward today. https://t.co/i8W1fpiU97 (1/3)
— dara khosrowshahi (@dkhos) 5 de dezembro de 2019
O CEO ainda disse que esse tipo de problema, provavelmente, nunca será resolvido, mas reconhecê-lo e ter dados a respeito dos casos é “dar um passo adiante” na tentativa de minimizá-los.
A Uber tem aprimorado os processos de seleção de motoristas nos últimos meses, a fim de evitar criminosos. Desde o ano passado para cá, 40 mil motoristas foram removidos da plataforma. O app também recebeu recursos de segurança, que permitem fazer ligações de emergência, relatar incidentes e gravar áudio em viagens.
Todos os dados mencionados se referem apenas à Uber nos EUA. A companhia ainda atua em mais 65 países em todo o mundo.
Fontes