Donald Trump está em uma verdadeira cruzada para banir a Huawei das redes 5G no mundo todo – até o momento, sem muito sucesso, nem mesmo no Brasil. Esta semana, o presidente Jair Bolsonaro declarou que a palavra final sobre o assunto é a do ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Marcos Pontes. E este foi taxativo: “as empresas de telecom ficarão livres para contratar a tecnologia de quem elas quiserem.”
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Pontes negou que o governo americano tenha feito pressão para que a Huawei fosse excluída da disputa brasileira da quinta geração de dados móveis. O ministro ainda adiantou que está em andamento um edital para a construção de oito laboratórios de inteligência artificial – um deles, dedicado à segurança cibernética, o que ajudaria o país a monitorar a nova rede.
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“Empresas como Cisco, Huawei e Qualcomm já têm uma infraestrutura grande dentro das nossas telecomunicações. O 5G é só uma outra tecnologia, não vai modificar o fato de elas já estarem no sistema.”
Anatel prega neutralidade
A postura do ministro é acompanhada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O órgão deixou claro que o processo para a implantação da nova rede de dados móveis no país vai ser regida pelo “princípio de neutralidade”, ou seja, mesmo sob pressão de empresas e governos, a agência não pretende privilegiar ou banir nenhum fabricante de equipamentos.
O assunto foi pauta da audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da Câmara. Estavam presentes representantes da Ericsson, Huawei e Qualcomm. A disputa pelas faixas da nova geração de dados móveis deve acontecer no segundo semestre de 2020 por conta dos problemas ainda por resolver antes da implantação da nova rede de dados.
Fontes