O Brasil ainda não selecionou a empresa que será responsável pela implementação do 5G no Brasil, mas o relacionamento comercial com a China — e, consequentemente, com a Huawei — foi bastante desenvolvido durante o último encontro dos países membros do BRICS, realizado em Brasília no início de novembro deste ano. Porém, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, autoridades dos Estados Unidos estão pressionando o Brasil pra que a companhia não seja a escolhida.
Segundo o jornal, representantes do presidente Donald Trump estão se reunindo com autoridades do Brasil pra explicar as preocupações em relação ao equipamento fornecido pelos chineses, principalmente envolvendo as acusações sobre espionagem a mando do governo. O país está em guerra comercial contra a China e aplicando sanções contra há Huawei há alguns meses.
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Nos encontros, foi apresentado também um modelo de comitê de investimentos estrangeiros já em prática nos EUA, que regula a presença de empresas de fora no país. Uma eventual replicação dessa ideia teria sido bem recebida pelo general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Quem vai ficar com o Brasil?
Para reforçar a opinião, mesmo sem citar diretamente a Huawei, os norte-americanos chegaram a sugerir nos encontros que, se o país escolher telecomunicações "não confiáveis", o aprofundamento da parceria no campo de defesa entre Estados Unidos e Brasil pode ser comprometido.
O leilão do 5G no país só deve acontecer no fim do ano que vem, de acordo com a Anatel, mas a lista de empresas que podem assumir o equipamento deve ser divulgada com antecedência. Além da Huawei, que é a líder no setor, empresas como Nokia e Ericsson disputam os contratos.