Em assembleia, os credores da Livraria Cultura aprovaram na sexta-feira (20) a venda da Estante Virtual (portal que reúne sebos e intermedeia vendas on-line de livros usados) por R$ 44 milhões, além de oferecer créditos tributários no valor de R$ 32 milhões. A decisão já havia sido tomada no último dia 14 de agosto pelos acionistas, mas precisava ser homologada pelos credores.
Maior sebo on-line do país, a Estante Virtual foi comprada em 2017 pela Cultura como parte da estratégia de expansão da rede de livrarias. No mesmo ano, a empresa assumiu as operações da francesa Fnac no Brasil (12 lojas em sete estados e mais atividades de comércio eletrônico). As duas aquisições despertaram estranheza no mercado, já que o grupo já estava passando por sérios problemas financeiros.
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A situação não melhorou, e a Cultura, já em grande crise, entrou com pedido de recuperação judicial em outubro do ano seguinte, acumulando uma dívida estimada em R$ 285 milhões (a maior parte com bancos e fornecedores).
O objetivo é ter dinheiro em caixa. O sebo é considerado uma Unidade Produtiva Isolada (uma parte do negócio da qual o comprador não vai ter que assumir dívidas trabalhistas, fiscais e com fornecedores) e, por isso, pode ser vendida em separado; segundo a ata da assembleia enviada para a Justiça, "não têm, neste momento, importância estratégica para a operação."
Case de sucesso apara quem quiser comprar
Aprovada a venda em assembleia, a Estante Virtual passa a ser oferecida ao mercado. Criada pelo administrador de empresas André Garcia em 2005, o portal nasceu com um investimento de R$ 10 mil e acervo de 12 sebos. Hoje, conta com mais de cinco milhões de clientes cadastrados e bateu, em 2018, a marca de 20 milhões de livros vendidos.
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