Anatel pode atrasar leilão do 5G no Brasil por causa de parabólicas

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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) havia marcado o leilão das faixas de frequência para 5G no Brasil para março de 2020, mas a previsão pode mudar. Em entrevista ao Valor, o presidente do órgão, Leonardo Euler Morais, disse que realizar o processo no começo do ano que vem "não é viável" por causa das interferências em antenas parabólicas.

O problema já é conhecido pela instituição e tem sido motivo de discussão em reuniões sobre o futuro do 5G: uma das faixas que será leiloada para a quinta geração de internet móvel é a frequência de 3,5 GHz. De acordo com testes, a chegada na nova conexão pode causar interferências no sinal de TV transmitido por antenas parabólicas, que estão presentes em aproximadamente 22 milhões de domicílios brasileiros, principalmente em zonas rurais.

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(Fonte: Superinteressante/Reprodução)

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) participou de reuniões com a Anatel e sua representante, Ana Eliza Faria e Silva, disse que é possível fazer ajustes técnicos para não prejudicar o uso de parabólicas, tanto em domicílios quanto por empresas de radio e televisão.

Longa discussão

O impacto do 5G nas parabólicas já é tema de debates na Anatel desde o ano passado. Anteriormente, porém, os responsáveis pelo órgão pareciam mais positivos em relação ao problema. No fim de 2018, um representante do órgão disse que uma possível solução para mitigar as interferências seriam um aparelho adaptador similar ao feito para a implantação da TV Digital.

Agora,  porém, o clima é outro: o chefe da Anatel disse que o assunto deve ser abordado com cautela, pois pode prejudicar a evolução do novo padrão de rede no Brasil, gerar desinteresse nas operadoras e diminuir o montante arrecadado na venda. "Precisamos ter cuidado para, ao exigir contrapartidas, não limitar o uso potencial do 3,5 GHz com a tecnologia 5G", disse Morais. "Não podemos impor um custo elevado para o setor ao tentar mitigar as interferências, porque isso certamente vai reduzir o potencial de receita do leilão".

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Fontes

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