O lançamento de um set-top box chamado AirTV Mini agitou o mercado de streaming nesta semana. O dispositivo é compatível com vídeo em 4K e HDR, oferecendo Sling TV, Netflix, canais de TV aberta, além de outros aplicativos para Android TV.
O decodificador não é o primeiro no mercado: Amazon, Roku e Google já oferecem produtos parecidos. Mas, de acordo com a empresa, o AirTV Mini tem "mais memória e um processador mais rápido do que qualquer outra coisa na categoria". A vantagem maior é que, além de ser mini e mais barato que os concorrentes (US$ 79,99), o novo set-box pega canais abertos, o que o torna atraente para quem não quer pagar por TV a cabo.
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A marca AirTV está comprometida em tornar a TV local relevante e facilmente acessível a streamers
"A marca AirTV está comprometida em tornar a TV local relevante e facilmente acessível a streamers", afirmou o diretor de desenvolvimento de produtos da AirTV, Mitch Weinraub.
A AirTV é uma marca cordcutter (cortadora de cabos); a expressão não é muito comum no Brasil, mas é a que melhor representa a retração do mercado brasileiro de TV a cabo — em outras palavras, a base de TV paga brasileira encolheu. Essa tendência foi confirmada pela Amdocs, empresa especializada que fornece soluções para operadoras de televisão.
A pesquisa, divulgada no início do ano, reuniu dados de 14 países. Na América Latina, houve mais desligamentos de usuários de planos de TV paga do que novos acessos; no Brasil, a base de assinantes minguou 3,9% (e ela já é pequena: apenas 26% das casas têm assinatura de paga de televisão).
Crescimento exponencial
A previsão é que o mercado de TV por assinatura permaneça estável até 2022, mas, para os Over-the-Top (OTT), o crescimento será exponencial: esse serviço atrairá usuários que não tiveram TV paga em casa antes. Segundo a Amdocs, o crescimento esperado da Subscrição de Video On Demand (SVoD) pulará de 20 milhões de usuários na América Latina em 2018 para 35 milhões em 2022.
Na Europa acontece o mesmo. Segundo a Ofcom, que regula as comunicações no Reino Unido, há mais assinaturas para Netflix, Amazon e Now TV do que para serviços pagos de TV; como consequência, as receitas das emissoras a cabo caíram pela primeira vez.
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