A Huawei poderá comprar equipamentos eletrônicos de empresas dos Estados Unidos, mas precisará de uma licença especial. A medida foi anunciada pelo Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e passará a valer apenas nos casos em que não exista risco para a segurança nacional. Contudo, a decisão não retira a empresa da lista de entidades que estão sujeitas a critérios específicos de exportação.
Em junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia se encontrado com o líder da China, Xi Jinping, e chegado a um meio-termo para retomar as negociações entre os dois países. O anúncio desse "cessar-fogo" temporário na guerra comercial reforçou as suspeitas de que o bloqueio imposto pelos EUA tinha uma motivação mais comercial do que de segurança nacional.
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Medida temporária
O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que a medida é temporária e as licenças podem ser canceladas caso as negociações entre a China e os Estados Unidos não apresentem alguma evolução significativa. Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, também está encorajando os fornecedores norte-americanos da gigante chinesa a buscarem licenças para a retomada das vendas para a Huawei.
Diversas fabricantes de equipamentos eletrônicos dos EUA, como Intel e Qualcomm, têm feito um lobby para que a gestão Trump alivie as restrições impostas às empresas que vendem para a Huawei. Elas alegam que produtos de consumo, como smartphones, não apresentam problemas de segurança da mesma forma que a tecnologia para serviços de informação, como a implantação da rede 5G. Só em 2018, a Huawei pagou cerca de US$ 11 bilhões (aproximadamente R$ 41 bilhões) para empresas dos Estados Unidos.