O Facebook anunciou recentemente a Libra uma nova criptomoeda com promessa de atuação em plataformas digitais de maneira parecida com as moedas tradicionais. Para realizar as transações, a rede social também adiantou detalhes sobre a Calibra, a carteira digital que terá funcionalidades semelhantes às de uma fintech. Embora muita coisa pareça interessante, a proposta é um tanto quanto disruptiva e já vem causando barulho mundo afora.
Muitos críticos surgiram para questionar o modelo de negócios e a França já disse que vai criar um força-tarefa para monitorar a moeda digital e a regulamentação que envolve a novidade no mercado. Agora, o Congresso dos Estados Unidos também intervém e pede à companhia para suspender a criação da Libra e da Calibra.
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Fonte: Departamento de Comércio dos Estados Unidos/Reprodução
O Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, liderado pela democrata Maxine Waters, quer examinar os riscos em torno da segurança cibernética, dos mercados financeiros globais e assuntos sobre a segurança nacional, em carta aberta à empresa de Mark Zuckerberg. “Escrevemos para solicitar que o Facebook e seus parceiros concordem imediatamente com uma moratória sobre qualquer movimento à frente em Libra — sua anunciada criptomoeda — e a Calibra — sua proposta de carteira digital.”
Risco à estabilidade financeira?
O comitê continua seu texto lembrando, mesmo sem citar, dos recentes escândalos envolvendo segurança e privacidade, a exemplo do caso Cambridge Analytica e ataques hackers de 2018. “Ao que parece, esses produtos podem se adequar a um sistema financeiro global inteiramente novo, baseado na Suíça, e que pretende rivalizar com o dólar dos Estados Unidos.”
Segundo os legisladores, “isso levanta sérios problemas de privacidade, comércio, segurança nacional e política monetária, não apenas para o Facebook, mas para mais de 2 bilhões de usuários, mas também para investidores, consumidores e a economia global”. A rede social afirma que a Libra “será regulada como outros provedores de serviços de pagamento” e conta com a proteção do firewall da própria rede social.
Fonte: The Verge/Reprodução
No entanto, nem o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, liderado por democratas, nem o Comitê Bancário do Senado, controlado pelos republicanos, estão convencidos. “Se produtos e serviços como esses forem deixados indevidamente regulamentados e sem supervisão suficiente, podem representar riscos sistêmicos à estabilidade financeira dos Estados Unidos e do Mundo”, escreveu Maxine Water.