O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quarta (3) que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será totalmente digital até 2026. A implementação desse novo modelo começará em 2020, com um teste piloto sendo oferecido de forma opcional para os estudantes de 15 capitais. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva em Brasília por Alexandre Lopes, novo presidente do Inep, instituto de pesquisas educacionais vinculado ao Ministério da Educação.
De acordo com Lopes, o Enem digital de 2020 poderá ser feito por até 50 mil estudantes que selecionarem essa opção durante a inscrição. O valor será o mesmo da versão tradicional em papel. A estimativa é que o custo total dessa prova-piloto fique em torno de R$ 20 milhões. O governo não pretende comprar novos computadores para o processo, pois isso será de responsabilidade do consórcio contratado para realizar a aplicação.
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A transição para o digital será progressiva até que o Enem seja feito totalmente por computador em 2026. Segundo Lopes, a ideia é oferecer diversas aplicações da prova ao longo do ano, permitindo que o aluno escolha a cidade e o dia mais convenientes para realizar o processo seletivo. Caso algum problema de logística aconteça no dia da avaliação, seria possível direcionar as pessoas para uma reaplicação futura.
Enem feito por computador estará disponível em 15 capitais a partir de 2020. (Fonte: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.)
Em relação ao formato, a promessa é que ele seja igual ao atual, com 180 questões divididas em quatro áreas do conhecimento e prova de redação, que também será realizada no computador. A diferença é que a nova versão permite que sejam utilizados vídeos, infográficos e até elementos de videogames, segundo Lopes. Outra possível vantagem é a correção mais rápida, com o aluno podendo conferir o resultado no celular.
O Enem digital de 2020 estará disponível nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Cuiabá, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador. Ele será aplicado nos dias 11 e 18 de outubro de 2020.
Presidente não lerá a prova antes da aplicação
Para Abraham Weintraub, ministro da Educação, o objetivo é “começar a transição do Enem para que ele seja feito como provas na Europa e nos Estados Unidos”. Na ocasião, Weintraub também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “não leu e não lerá” a prova antes que ela chegue aos estudantes. “Estamos seguindo o procedimento padrão”, disse o ministro. Apesar disso, ele confirmou que deu instruções para retirada de qualquer “viés ideológico” das provas.
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