Na guerra comercial entre Estados Unidos e China, quem vem levando a pior é a Huawei, que ficou no meio do fogo cruzado e agora sofre sanções tecnológicas impostas pelo governo Trump. A gigante chinesa tem adotado uma postura mais pacífica — até mesmo estaria disposta a assinar um “acordo antiespionagem” —, mas agora parece estar mudando de atitude.
Firma de patentes diz que a Huawei possui 52.492 propriedades intelectuais ativas
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Ontem (17), o fundador da companhia disse que ficou surpreso com a determinação dos ianques em “quebrar” sua empresa. Aparentemente já há uma resposta — ou melhor, várias — engatilhada e envolve as milhares de patentes as quais ela é dona. De acordo com a firma de propriedade intelectual Anaqua AcclaimIP, a Huawei possui nada menos do que 56.492 registros ativos (com um total de 102.911 publicados) em telecomunicações, infraestrutura de rede e outras invenções.
Vale notar que boa parte desse arsenal está intimamente ligado com os componentes vitais de muitos produtos e serviços. A chinesa, por exemplo, vem atualmente negociando licenciamentos com a provedora de telefonia norte-americana Verizon e enfrenta uma disputa sobre valor de patentes com a Qualcomm. Além disso, já notificou a Harris Corp em caso de violação de título em segurança de rede e nuvem.
Chegada do 5G “assusta” rivais
Com todas essas patentes debaixo do braço e a liderança no fornecimento de estruturas de rede para 5G, a Huawei passa a ser vista com certo temor pela concorrência — e pelos governos, já que a Europa também aderiu às sanções impostas pelos Estados Unidos. Veja bem, além da suposta espionagem em um amplo ecossistema tecnológico, a chinesa pode usar de dispositivos legais para controlar suas propriedades intelectuais mundo afora.
Como são muitos países no bloco europeu, a quantidade de grupos usando alguma patente da Huawei é maior ainda. E a chegada da quinta geração de internet móvel pode evidenciar ainda mais o poder da companhia e o alcance de uma iminente retaliação.
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