A privatização dos Correios, apoiada pelo Governo, deixaria sob o comando de empresas privadas a parte lucrativa da instituição, enquanto a deficitária continuaria sendo paga pelos brasileiros por meio dos impostos, afirmou o presidente da estatal, General Juarez Aparecido de Paula Cunha, durante uma audiência na tarde desta quinta-feira (06) na Câmara dos Deputados.
O setor lucrativo da instituição abrange a entrega de encomendas; os serviços postais, por outro lado, são os responsáveis pelo deficit, muito por conta da substituição do envio de cartas por mensagens eletrônicas. "Se parte dos Correios for privatizada, o interessado em adquirir vai querer a parte boa", explicou Cunha.
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Argumentos
O Estado brasileiro ou o cidadão pagarão a conta dos demais municípios
Em 2018, 92% do lucro dos Correios ficaram concentrados em 324 municípios; outras mais de 5 mil cidades registraram um prejuízo que soma cerca de R$ 6,54 bilhões. "O Estado brasileiro ou o cidadão brasileiro que paga impostos pagarão a conta dos demais municípios", afirmou Cunha diante desse cenário.
Fábio Abrahão, representante da Secretaria de Desestatização do Ministério da Economia, apontou na audiência o rombo no Postalis, fundo de pensão dos servidores, como mais um motivo para a privatização. Abrahão defendeu que acredita que "é possível manter o serviço postal, manter a universalização, e, o mais importante, resolver esses deficits gigantescos que foram abertos".
Cunha, por sua vez, questionou se, além da questão financeira, quem é a favor da privatização calculou o custo social dos Correios, que distribui milhões de livros a todos os municípios.
Como conclusão, a audiência decidiu levar ao presidente da casa dois projetos de lei em tramitação na Câmara que poderiam garantir a continuidade dos Correios como empresa pública.
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