Uma boa ideia que, após o sucesso, terminou muito mal. Esse foi o destino da Holi, startup francesa de tecnologia. Em 2016, ela lançava campanhas no Kickstarter e Indiegogo para produzir seu Bonjour, um despertador com funções de assistente pessoal. Depois de arrecadar quase 1 milhão de dólares nessas plataformas, a empresa anunciou recentemente que estava fechando as portas e demitindo seus funcionários.
Mas o problema não termina aí. O anúncio veio acompanhado de reclamações de apoiadores tanto nos sites de financiamento coletivo quanto em redes sociais, como Facebook e Reddit. Isso porque a Holi entregou somente 1.000 unidades das quase 7.000 vendidas e não deve fazer reembolso. Quem recebeu o produto também não poderá usá-lo por muito tempo, já que o suporte para seu funcionamento foi encerrado por falta de dinheiro.
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Fonte: Holi.
Bonjour parecia ser realmente algo inovador em 2016
Antes de gadgets desse tipo, como Google Home e Amazon Echo, serem relativamente conhecidos, Bonjour parecia algo inovador, apresentando funções, como: dados climáticos, reprodução de faixas musicais, sincronização de calendário, controle de iluminação, etc. Exemplo disso foi o grande número de colaboradores para sua produção que esperavam tê-lo em casa.
Claro, o êxito alcançado pela Holi naquele momento parece de fato uma grande chance desperdiçada. A startup aponta que o orçamento para produção do dispositivo tornou-se maior do que o esperado, sendo este um dos motivos para o fim de suas atividades. Também assegura que não irá se tornar uma nova companhia nem deve lançar algum produto novo, enquanto o que resta em seu caixa será direcionado para o pagamento de dívidas.
Várias pessoas pediram à Holi que pelo menos o código-fonte do Bonjour passasse a ser aberto, para que o aparelho pudesse rodar localmente em seus computadores. Entretanto, a gerente de comunicações da empresa, Marine Guiet, disse que seus advogados consideraram essa solução ilegal.
Fonte: Holi.
Apesar dessa resposta, a empresa de modo geral tem se mantido em silêncio. Isso está gerando mais ira e constantes investigações por parte daqueles que pagaram pelo produto, que procuram saber se de fato o dinheiro não está sendo usado para outros fins que não seja o pagamento de dívidas. Ainda, muitos deles garantem que vão buscar vias legais para ter pelo menos algum retorno disso tudo.
Não se sabe também se as plataformas de financiamento coletivo farão algo para que essas pessoas tenham seu dinheiro de volta. Disso tudo resta apenas uma certeza: investir nesse tipo de ideia é ainda um grande risco, o que pode repelir investidores de boas soluções, que de fato podem vir a ser bem administradas.
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