O vice-presidente da República Hamilton Mourão, que ocupa o cargo de presidente em exercício enquanto Jair Bolsonaro viaja à Davos, na Suíça, falou ontem (24) que “por enquanto” não é a favor da privatização dos Correios.
Mourão participou de evento em alusão aos 356 anos da estatal e ao Dia do Carteiro e, ao ser questionado se ele é favorável à privatização da empresa, respondeu apenas que “por enquanto, não”.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
A opinião do presidente em exercício é semelhante à de Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, pasta sob a qual estão os Correios. Em dezembro, ele afirmou que a privatização da estatal ainda não está na pauta — ou seja, esse não é o plano agora, mas nada garante que não possa ser discutido no futuro.
Mourão em evento dos Correios nesta quinta-feira (24). (Fonte: Flickr/Palácio do Planalto)
Vale destacar que, durante a campanha eleitoral do ano passado, Bolsonaro afirmou em entrevista à Band que os Correios “têm grande chance” de ser vendida à iniciativa privada.
“Os Correios têm grande chance de entrar sim [nas privatizações], até porque o seu fundo de pensão foi simplesmente implodido pela administração petista”, comentou o então candidato à presidência. “Os Correios têm muitas reclamações, diferentemente do passado. Então, os Correios, tendo em vista a não fazer um trabalho, aquilo que eu acho que nós poderemos estar recebendo, podem entrar nesse radar da privatização”, complementou.
Apesar de ter alcançado perdas de R$ 3,6 bilhões entre 2015 e 2016, os Correios conseguiram reverter o cenário ruim e fecharam 2017 com lucro de R$ 667 milhões. Até agora, os dados divulgados sobre o ano passado indicam um 2018 bem positivo para a estatal, o que inclusive levou o então presidente Michel Temer a descartar a privatização da companhia.