Em 2014, a Google adquiriu a DeepMind — empresa britânica de pesquisa em Inteligência Artificial. Como parte de seus mais recentes projetos no setor de saúde, a divisão da gigante da internet desenvolveu um assistente de AI para médicos e enfermeiros por meio da unidade DeepMind Health, agora também absorvida pela Google Health. O app recebeu o nome de Streams, e faz parte de um acordo entre a DeepMind com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Para avaliar e comprovar sua efetividade, a ferramenta passou a ser testada nessa localidade por profissionais da área, oferecendo suporte em atendimento de pacientes.
Segundo publicação da própria DeepMind, o recurso combina “os melhores algoritmos com design intuitivo.” A partir disso, ela é capaz de enviar alertas aos celulares de médicos e enfermeiros em tempo real sobre exames e condições de saúde. Na ferramenta, esses profissionais também podem salvar informações sobre a situação dos pacientes. Com esse ciclo, o Streams reduziria consideravelmente o tempo de atendimento a essas pessoas e evitaria a possibilidade de óbito, devido à demora durante essas operações, por exemplo.
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DeepMind é acusada de acesso ilegal a dados de pacientes
Embora pareça uma boa ideia, a assistente já está envolvida em polêmicas. De acordo com o site NewScientist — especializado em notícias científicas —, com o desenvolvimento da tecnologia através do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, a DeepMind teve acesso a dados médicos de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas. Já segundo o site de tecnologia The Verge, órgãos do setor consideraram ilegal a parceria firmada, pois os pacientes não teriam sido informados sobre isso. Essas ocorrências teriam gerado preocupação por parte de médicos e defensores de privacidade de dados do Reino Unido. Um dos temores seria que a DeepMind pudesse compartilhar essas informações com a Google.
Por outro lado, a DeepMind nega o acontecimento. Segundo ela, em contrato foi informando os objetivos do projeto e inclusa a proibição de repassar dados à Google. Além disso, estes últimos passariam por um rigoroso controle de auditoria. Dessa forma, a Google não teria seu acesso. Mesmo assim, não poderia ser descartada a possibilidade de hospitais envolvidos no experimento cancelarem seus contratos com a empresa. O que torna essa decisão um pouco inviável é o fato de essas instituições talvez evitarem certo constrangimento para o Serviço Nacional de Saúde.
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