O Facebook comprou o WhatsApp em 2014 por US$ 22 bilhões, mas antes mesmo de fazer essa aquisição, a empresa de Mark Zuckerberg já tinha planos bem elaborados para monetizar os milhões de usuários do mensageiro.
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Essas informações foram reveladas por Brian Acton em uma entrevista com a Forbes publicada nesta quarta-feira (26). Acton saiu do Facebook em 2017 e, com isso, perdeu US$ 850 milhões em ações.
Segundo ele, a decisão foi tomada porque ele não concordava com as mudanças que o Facebook queria trazer para o WhatsApp, o que incluía anúncios diretos para os usuários, formas de conectar o mensageiro e a rede social para essencialmente minerar dados de uso, entre outros.
Permitir a coleta de dados dos usuários ao conectar o perfil do WhatsApp com a rede social
Um ano e meio depois de comprar o mensageiro, o Facebook mudou os termos de serviço da plataforma para permitir a coleta de dados dos usuários ao conectar o perfil do WhatsApp com a rede social. Usuários antigos tiveram a opção não permitir essa integração, mas não os novos.
Depois disso, a empresa de Mark Zuckerberg começou a explorar novas formas de monetizar o mensageiro, como a inclusão de anúncios dentro da função Status, que é basicamente uma versão enxuta dos Stories do Instagram. Acton teria sugerido que o WhatsApp cobrasse certa soma em dinheiro quando os usuários recebessem uma quantidade de mensagens, mas o Facebook não concordou.
Milhões
Aparentemente, o contrato de venda do WhatsApp para o Facebook tinha uma cláusula que permitia aos fundadores do mensageiro retirar todas as suas ações da empresa se a rede social implementasse publicidade no app sem o consentimento dos dois. Mesmo assim, Acton simplesmente desistiu de todo o dinheiro que ainda tinha investido no Facebook.
Eu vendi a privacidade dos meus usuários para um bem maior
“No fim das contas, eu vendi minha empresa. Eu vendi a privacidade dos meus usuários para um bem maior. Eu fiz uma escolha e cedi. E eu tenho que viver com isso todos os dias”, disse Acton à Forbes.
Após sair do Facebook, Acton se juntou à hashtag #deletefacebook, que surgiu nas redes sociais durante o escândalo do vazamento de dados pela Cambridge Analytica.
It is time. #deletefacebook
— Brian Acton (@brianacton) 20 de março de 2018
O WhatsApp é hoje a maior plataforma de mensagens do mundo, com mais de 1,5 bilhão de usuários ativos mensalmente. Considerando que outras empresas como a própria Google também tentaram comprar o mensageiro, será que os fundadores escolheram justamente o pior parceiro que tinham à disposição?
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